Para britânicos, América Latina está numa ‘encruzilhada’

Um relatório divulgado hoje pelo governo britânico avalia que a América Latina está numa "encruzilhada": poderá consolidar os grandes avanços democráticos e econômicos registrados nos últimos anos, ou trilhar o caminho do "caudilhismo" político, o que traria conseqüências econômicas e sociais negativas para as próximas décadas. Esse é o teor do relatório "América Latina até 2020", elaborado pelo Ministério das Relações Exteriores (Foreign Office). O estudo ressalta que o Brasil e o México são "os dois gigantes econômicos do continente.

O documento, uma iniciativa inédita, foi apresentando hoje pelo subsecretário de Estado responsável pela América Latina, lorde David Triesman. "Minha principal conclusão é que o momento é crítico", disse Triesman. "Mais progresso é essencial para que a América Latina não perca o que conquistou até agora." Apesar dessas incertezas, ele disse estar confiante que o continente vai seguir uma trajetória de modernização institucional, política e econômica. "Acredito que a América Latina vai, cada vez mais, se tornar uma peça chave na elaboração e condução das políticas globais", disse.

As menções ao Brasil foram no geral positivas, com Triesman reafirmando o apoio britânico à candidatura do país a um assento permanente no Conselho de Segurança da Organização das Nações Unidas (ONU). A importância do Brasil na questão do controle do meio ambiente e sua liderança na produção de combustíveis renováveis também é destacada.

"O teor do relatório em relação ao Brasil reflete, além dos avanços do país e de sua crescente importância no cenário internacional, a excelente situação das relações bilaterais com os britânicos", disse o embaixador brasileiro em Londres, José Maurício Bustani. Mas o Brasil também foi criticado por causa da regulamentação, da burocracia e da segurança pública.

Voltar ao topo