Para Alckmin, Lula acha que “todo mundo é bobo”

O candidato da coligação PSDB-PFL à Presidência, Geraldo Alckmin elevou neste domingo (15) o tom das críticas ao presidente e candidato à reeleição pelo PT, Luiz Inácio Lula da Silva. Depois de um corpo a corpo no Capão Redondo, na capital paulista, Alckmin retomou a "postura Mike Tyson" e partiu para o ataque, dizendo que não leva Lula a sério porque ele não tem compromisso com a verdade. Afirmou também que o presidente desrespeita a população e acha que "todo mundo é bobo", em razão da demora da apuração da origem do R$ 1,7 milhão que seria utilizado na compra do suposto dossiê Vedoin. "Hoje completa um mês (da apreensão do dinheiro pela Polícia Federal) e o povo brasileiro não tem nenhuma explicação", cobrou ele.

"É só o Lula chamar o seu diretor do Banco do Brasil (Expedito Veloso), o seu churrasqueiro (Jorge Lorenzetti), o presidente de seu partido e coordenador da sua campanha (o presidente licenciado e ex-coordenador, Ricardo Berzoini) e seu assessor particular (Freud Godoy) e perguntar a eles de onde veio o dinheiro", disse. "Isto é um desrespeito à população brasileira, é achar que todo o mundo é bobo", acrescentou.

Ainda nas críticas a Lula, Alckmin ironizou as afirmações do presidente e de correligionários de que sua eventual administração na Presidência do País terá um foco privatista. Para dizer que isto não corresponde à verdade, Alckmin citou o compromisso citado com o PDT, de que não vai privatizar. Indagado se isto era uma resposta a Lula, partiu para novos ataques: "Eu não levo muito a sério (o presidente e seus comentários). Lula não tem compromisso com a verdade.

Alckmin comentou também a reportagem da revista Veja sobre a eventual blindagem do governo Lula pelo ministro da Justiça, Márcio Thomaz Bastos. "É muito grave e não é a primeira vez que estas coisas são colocadas. Precisa ser apurado", emendou o tucano. Na sua avaliação, a sociedade civil, por meio de entidades como a Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) e também o parlamento, deveria acompanhar as investigações a respeito do dossiê Vedoin.

O candidato destacou não temer qualquer repercussão do depoimento na terça-feira do empresário Abel Pereira, acusado pelos petistas de ter ligações com o ex-ministro tucano da Saúde Barjas Negri e de envolvimento na máfia dos sanguessugas. "Sou totalmente favorável às investigações e o que precisar ser explicado, que se explique", destacou, partindo para mais uma rodada de críticas: "O que a população toda quer saber é de onde veio essa fortuna para comprar um dossiê fajuto e interferir no processo eleitoral.

A duas semanas da eleição, Alckmin falou da confiança de que sua campanha irá crescer e sair vitoriosa deste pleito. "A gente sente nas ruas um grande entusiasmo", reiterou. Para o tucano, o PT já teve sua oportunidade no comando do País e não levou a nação ao crescimento. "O governo Lula foi um desastre em termos de crescimento e ainda quer comemorar", ironizou.

Minutos antes de chegar ao Capão Redondo, os correligionários de Alckmin assistiram, num clima de início de tumulto, a uma carreata em prol de Lula, encabeçada pelos deputados Vicente Cândido e Carlos Zarattini. Quando os simpatizantes de Lula e de Alckmin se encontraram, em frente à feira do Capão Redondo, não faltaram xingamentos, ironias e bandeiradas desferidas de lado a lado. A região é conhecida como um dos tradicionais redutos do PT em São Paulo.

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