Para a Polícia Federal, Janene comprou imóvel com dinheiro do valerioduto

A Polícia Federal encontrou indícios de que o dinheiro do "valerioduto" enviado ao deputado José Janene (PR), que liderou o PP na Câmara, foi usado na compra de uma propriedade rural, na aquisição de dois terrenos num condomínio de luxo e na construção da uma casa de mil metros quadrados no local. A casa, segundo a PF, é avaliada em mais de R$ 2 milhões. A CPI dos Correios apurou que Janene recebeu R$ 4,1 milhões do esquema de propina comandado pelo publicitário Marcos Valério e a cúpula do PT.

Nove mandatos de busca e apreensão foram cumpridos hoje pela PF – cinco em Londrina, onde Janene reside, três em São Paulo e um em Barueri. Foram apreendidos documentos e computadores no escritório do deputado e na residência de dois de seus funcionários – Rosa Alice Valente e de seu marido Meheidin Hussein Jenani, que é primo de Janene. Os dois e a esposa de Janene, Stahel Fernanda, vêm sendo investigados há dois anos por suspeita de lavagem de dinheiro e crime contra o sistema financeiro a pedido do Coaf, órgão do Banco Central que controla a movimentação de correntistas.

A prova que mais incrimina o deputado é um cheque assinado por Rosa Valente e usado como parte do pagamento de 10 alqueires em Faxinal (PR), adquiridos em nome de Stahel Fernanda. A transação foi escriturada no valor de R$ 60 mil, mas a propriedade custou R$ 120 mil. O advogado de Janene, Adolfo Góis classificou de "arbitrária" e "injusta" a operação da PF, que deveria se limitar a apreender documentos dos funcionários do deputado.

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