Palanque eleitoral

Os partidos se movimentam para nomear os participantes da CPMI dos Correios e a disputa pela presidência e relatoria da mesma está na ordem do dia. Como o governo está disposto a exercer o controle da comissão, já que não pôde impedi-la, arreganha-se todo na tentativa algo desesperada de emplacar ambos os cargos.

As figuras eminentes da oposição, entre outras os senadores Jorge Bornhausen e José Agripino e os deputados federais Rodrigo Maia e Alberto Goldman, cobras criadas do PFL e PSDB, invocam o regimento e a tradição da Casa, qual seja a divisão dos cargos entre situação e oposição.

O presidente do Senado, Renan Calheiros, tem garantido que o melhor caminho é o entendimento entre os dois blocos parlamentares, a fim de evitar o aprofundamento de uma crise que tem todos os ingredientes para precipitar o palanque eleitoral de 2006. Com alguns flancos perigosos abertos, nesse caso, o governo só teria a perder, e muito.

O chamado bloco de sustentação do governo no Congresso deverá ter a maioria dos votos da CPMI (15 deputados e 15 senadores). Tal vantagem hipotética, entretanto, estará sob severo crivo da sociedade, não mais disposta a tolerar quaisquer desvios oportunistas.

A questão a ser examinada pela CPMI é a suspeita de corrupção na ECT. Não está em jogo o lado político do governo Lula. A ação do bloco governista é obstar tentativas de desviar o rumo das investigações, mas sem valer-se de velhas chicanas. Disso estamos saturados.

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