Países disputam contratos para reconstrução do Líbano

A corrida pela reconstrução do Líbano já começou e as empresas francesas não pretendem perder o bonde depois que o governo do país esteve na origem de numerosas iniciativas diplomáticas, incluindo o texto que resultou na resolução 1701 da Organização das Nações Unidas (ONU) impondo o cessar-fogo. Outros países europeus e mesmo os Estados Unidos, por meio de filiais de grandes empresas especializadas, são também candidatos e deverão participar da primeira reunião com esse objetivo, marcada para o inicio da semana na Finlândia.

Os contratos para a reconstrução do Líbano são atraentes. Numerosas obras de infra-estrutura se tornaram indispensáveis pelos bombardeios, entre elas a reconstrução de 84 pontes, estradas e hospitais. Por enquanto, as estimativas das perdas libanesas com a destruição oscilam entre US$ 5 bilhões e US$ 15 bilhões.

Os franceses não estão dispostos a perder uma situação privilegiada, como ocorreu no Iraque. Antes do início da guerra, a França era um dos países mais bem posicionados no Iraque, como atesta a forte presença de empresas francesas apenas dias antes do inicio das operações militares durante a Feira de Bagdá. Como a França se opôs às teses que serviram de justificativa para deflagrar a invasão do Iraque, isto é, a presença de armas químicas nos arsenais de Saddam Hussein, acabou ficando de fora do mercado da reconstrução, entregue aos vencedores, especialmente EUA e Grã Bretanha.

Desta vez, a participação do governo francês, tradicionalmente aliado do Líbano, pode ser constatada de forma intensa no nível econômico e diplomático. O chanceler Philippe Douste-Blazy esteve ontem em Beirute pela terceira vez nos últimos 30 dias com a missão de iniciar os preparativos da reconstrução. Ele também vai tratar da nova força de paz, que poderá contar com 2 mil soldados franceses.

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