Osmar Serraglio critica reeleição de mensaleiros

O deputado federal Osmar Serraglio (PMDB-PR) afirmou estar decepcionado com a reeleição de parlamentares envolvidos com o mensalão e com a recorrência de escândalos envolvendo membros do Congresso. "Eu quero confessar, como relator da CPI dos Correios certa decepção com o atual momento histórico, diante da recondução de alguns que estavam envolvidos e que foram alcunhados como mensaleiros", lamentou o deputado em entrevista ao "Roda Viva", da TV Cultura.

Deputado salientou estar surpreso, pois nem mesmo a exibição exaustiva de imagens durante a CPI inibiu a ocorrência de novos casos de corrupção. O parlamentar peemedebista questionou ainda os gastos de bilhões de reais com a reforma agrária, que para ele terão pouco resultado prático. "Eu assisti esta semana um candidato a governador do Paraná justificar a coerência da administração com a elevação de R$ 2 bilhões para R$ 6 bilhões investidos na reforma agrária", lembrou Serraglio.

Ele indagou por que o governo insiste em investir na reforma agrária, sendo que poucos assentados permanecem nas terras recebidas. E acentuou: "Por que não investir bilhões em pequenas empresas industriais, de forma a que elas gerem empregos?".

Sanguessugas

Os eleitores mandaram um recado especialmente para os deputados envolvidos no esquema de venda superfaturada de ambulâncias. Dos 49 que são acusados pela CPI dos Sanguessugas, respondem a processo no Conselho de Ética e tentaram se reeleger, só 6 conseguiram: Wellington Fagundes (MT), Júnior Betão (AC)e Wellington Roberto (PB), do PL, Pedro Henry (PP-MT), João Magalhães (PMDB-MG) e Marcondes Gadelha (PSB-PB).

Outros 16 deputados processados pelo conselho desistiram de disputar a eleição depois do escândalo. No Senado, o único dos três acusados por envolvimento no esquema sanguessuga que tentou voltar, Ney Suassuna (PMDB-PB), não conseguiu. Outra acusada, a senadora Serys Slhessarenko (PT), ficou em terceiro lugar na disputa ao governo de Mato Grosso.

Mensaleiros

Quanto aos mensaleiros, 5 dos 11 absolvidos pelo plenário da Câmara ganharam nova chance. Foram reeleitos os paulistas João Paulo Cunha (PT), José Mentor (PT) e Vadão Gomes (PP), Sandro Mabel (PL-GO) e o próprio Pedro Henry.

Paulo Rocha (PT-PA) e Valdemar Costa Neto (PL-SP), que renunciaram aos mandatos no ano passado para fugir do processo de cassação, também foram eleitos. Anteriormente conhecido como puxador de votos no PT, o ex-presidente do partido José Genoino (SP), um dos 40 acusados pelo Ministério Público de estar envolvido no esquema de mensalão, teve menos de 100 mil votos – apenas 0,49% dos votos para deputado federal -, ficando atrás de petistas menos populares.

O ex-ministro da Fazenda Antonio Palocci (PT-SP) envolvido na quebra de sigilo bancário do caseiro Francenildo dos Santos Costa, o Nildo, se elegeu com 152 mil votos. Como deputado, terá direito a foro privilegiado nos processos judiciais que se acumulam contra ele.

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