O candidato do PDT ao governo do Paraná, Osmar Dias (PDT), declarou nesta segunda-feira (02) ter conversado com o candidato à Presidência pelo PSDB, Geraldo Alckmin, e estabelecido um acordo de apoio recíproco. "Foi a primeira decisão adotada", acentuou. No primeiro turno, Dias esteve com Cristovam Buarque, de seu partido, mas também acompanhou Alckmin em uma visita a Curitiba. O candidato ainda conversou ontem com Buarque e convidou-o para ajudar em projetos educacionais.
O governador licenciado Roberto Requião (PMDB), que disputa a reeleição, passou o dia em reunião com assessores e deputados. Ele convocou uma entrevista coletiva para a amanhã. Na eleição anterior, o governador juntou-se a Luiz Inácio Lula da Silva no segundo turno e conseguiu reverter a vitória que tinha sido de Álvaro Dias (PSDB) no primeiro turno. Desta vez, Lula saiu em baixa no Estado, recebendo 37,9% dos votos válidos contra 53,01% de Alckmin.
Pelo estilo de política que pratica, o normal seria uma declaração de apoio a Lula. No entanto, vários deputados do PSDB abraçaram a campanha de Requião, entre eles o presidente da Assembléia Legislativa, Hermas Brandão, que está respondendo interinamente pelo governo do Estado e trabalha pela eleição de Alckmin. Os militantes petistas têm afinidade com Requião, mas a cúpula do partido deve esperar uma definição sobre o apoio nacional para se declarar oficialmente. O candidato do PT ao governo, Flávio Arns, que teve 506.825 votos, declarou sua neutralidade.
As coordenações das duas candidaturas, e os próprios candidatos, saíram ontem em busca dos apoios locais. Um dos mais visados é o do prefeito de Curitiba, Beto Richa (PSDB), que tem aprovação da maioria da população da cidade e pode influenciar no voto. No primeiro turno, Richa dedicou-se apenas à campanha de Alckmin, da qual é coordenador no Estado. Agora, condiciona seu apoio regional ao projeto nacional. Ele tem afinidade pessoal com Dias que o apoiou na eleição para a prefeitura, e boa relação administrativa com Requião.
Em Curitiba, Requião venceu Osmar Dias com 37% dos votos contra 34%. O PFL, que estava coligado com o PPS, começou a trabalhar ainda na noite de domingo para Dias. Já o PPS vai discutir a questão. O presidente regional do partido, Rubens Bueno, que conseguiu 437.689 votos para o governo, quer uma definição dos candidatos ao governo sobre a situação nacional antes da posição oficial. O PPS está com Alckmin.