Uma pesquisa realizada pelo Ministério da Saúde tentou radiografar os principais agentes da violência no Brasil. E trouxe um resultado surpreendente: são os homens entre 18 e 30 anos os principais agressores, e também as principais vítimas desta triste estatística. É uma geração ameaçada, uma multidão que vive sob constante perigo.
Primeiro, como protagonistas de acidentes de trânsito e demais atos que exemplificam a violência. É compreensível em parte, pois são os jovens, em idade de amadurecimento, que provocam situações de risco, como andar em alta velocidade nas ruas, provocar brigas em bares e boates ou entrar na roda-viva do tráfico e consumo de drogas. A diferença dos homens para as mulheres é muito grande nesse período não que não haja irresponsabilidade feminina, mas é bem menor.
É o período da afirmação masculina, quando se tenta atrair a atenção do grupo social, das mulheres, da luta pelo dinheiro e pela afirmação no trabalho. Período em que os nervos estão à flor da pele, que qualquer discussão é levada muito a sério, inclusive em casa. Tanto que o mesmo estudo do Ministério da Saúde indicou que os idosos são agredidos, em muitas vezes, pelos próprios filhos.
E estes jovens estão lutando entre si por espaço, por mulheres, por dinheiro, por trabalho, por predomínio nos grupos e entre os grupos. Por isso, eles acabam criando arestas que geram brigas que, se aumentam, podem acabar em tragédia. E isto explica o fato dos jovens entre 18 e 30 anos serem, também, os principais alvos da violência no Brasil. Um grupo que sofre por todos os lados.
Na mesma pesquisa, outro dado aterrador: mulheres e crianças são os principais alvos da violência sexual. Nada muda, e isto é muito preocupante. É necessária uma política social, uma ação de governo para evitar que esta vergonha siga se repetindo no País. Mulheres e crianças precisam ser cuidados a todo tempo, e esta é uma atitude que precisa ser tomada pelas famílias, mas também é um assunto do Estado. Saúde e combate à violência unidas à educação são prioridades. Sempre.