Oposição poderá tentar convocar Palocci para CPI dos Bingos

Brasília ? No que depender da oposição, a vinda do ministro da fazenda, Antonio Palocci, ao Senado, hoje (16), não "imuniza" o ministro com relação a uma eventual convocação para depor na Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) dos Bingos. A afirmação é do senador Tasso Jereissati (PSDB-CE), que participou durante toda a manhã de reunião conjunta das bancadas do PSDB e do PFL para discutir a estratégia dos dois partidos na audiência da Comissão de Assuntos Econômicos (CAE) do Senado, marcada para ter início às 15 horas, da qual participa Palocci.

"Procuramos deixar claro que o ministro Palocci não vai ficar vacinado contra a sua vinda à CPI dos Bingos por conta da audiência de hoje", disse Tasso. A decisão dos partidos é concentrar as perguntas sobre questões econômicas, principalmente no que diz respeito às divergências entre Palocci e a ministra-chefe da Casa Civil, Dilma Roussef. "Queremos deixar claro que não é um impedimento que ele venha depois, em decorrência de fatos concretos, a discutir também em uma CPI sobre o assunto específico de corrupção", afirmou o senador tucano.

O líder do PFL, José Agripino Maia, acredita que o governo errou na estratégia de antecipar a vinda de Palocci ao Senado. Em princípio, a audiência estava marcada para a próxima terça-feira (22). Segundo Agripino, o ministro pode sofrer dois desgastes: um, ao ter que responder as críticas da colega Dilma Roussef, e outra, de ser convocado pela CPI dos Bingos para explicar acusações de corrupção em Ribeirão Preto quando era prefeito.

No início do manhã, o líder do governo no Senado, Aloizio Mercadante (PT-SP), afirmou que a antecipação da presença de Palocci na CAE não foi feita por "manobra política", mas para evitar "turbulências" no mercado financeiro. "A função de ministro da Fazenda é essencial para a estabilidade econômica do país. Já na semana passada, na sexta-feira, sentimos algumas turbulências no mercado financeiro. Postergar esse depoimento para o dia 22 não havia mais nenhuma justificativa", afirmou Mercadante.

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