Oposição desconfia da proposta de entendimento de Lula

Partidos de oposição desconfiam do convite do presidente Luiz Inácio Lula da Silva para o diálogo em torno de uma agenda de interesse geral. Acham que a defesa do entendimento feita pelo presidente reeleito pode fazer parte de uma estratégia para diminuir a tensão política que restou da eleição, ou seja, a assinatura de uma trégua. Por isso, os dirigentes oposicionistas querem primeiro ver as propostas de Lula

"Não queremos convescote com o governo. A conversa tem que ser política. Ele que diga que reformas julga essenciais. A gente vai negociar os termos delas, verificar o interesse dos governadores. E o governo terá de provar que está, de fato, interessado numa proposta boa para o País, não só para ele ou para seu partido", disse o líder do PSDB no Senado, Arthur Virgílio (AM). O diálogo, avisou, precisa ser sincero e Lula tem de provar que está disposto a exercê-lo

"O presidente precisa provar que respeita o Congresso, a oposição, as liberdades no País", prosseguiu Virgílio. "Ele já começou fazendo três coisas graves depois da eleição. Seu partido agrediu jornalistas na porta do Palácio da Alvorada, a Polícia Federal está fazendo coação aos jornalistas da Veja e o PT está tentando livrar a quadrilha dos sanguessugas.

No último exemplo, Virgílio referia-se ao fato de o presidente da CPI dos Sanguessugas, o petista Antonio Carlos Biscaia (RJ), ter decidido ouvir três acusados de envolvimento no dossiê Vedoin – Jorge Lorenzetti, Valdebran Padilha e Gedimar Passos – mesmo sem quórum. A oposição decidiu não participar da audiência porque tinha sido impedida por Biscaia de examinar os dados telefônicos e bancários dos três

"Esse tipo de atitude não ajuda", afirmou Virgílio. "Se o presidente quer fotos, estou fora; se quer o País crescendo, estou dentro. Se quer ganhar tempo, estou fora; se quer melhorar a situação, estou dentro. Se vier com atitudes chavistas, estou definitivamente fora.

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