Oposição acusa Lula de usar rede nacional para fazer propaganda eleitoral

A oposição se prepara para ir à Justiça contra o pronunciamento feito ontem (30) pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva, que a pretexto de celebrar o Dia do Trabalho ocupou cadeia nacional de rádio e televisão para divulgar feitos de seu governo. Os adversários avaliam que o presidente fez campanha pela reeleição antes do período autorizado pela lei e o líder do PFL no Senado, José Agripino Maia (RN), anunciou que seu partido vai recorrer ao Tribunal Superior Eleitoral (TSE): "Lula faz campanha descarada, deslavada, disfarçada e usa para isso os meios institucionais".

Em Juazeiro do Norte, o pré-candidato do PSDB à Presidência da República, Geraldo Alckmin, e o presidente de seu partido, senador Tasso Jereissati (CE), fizeram duras críticas a Lula. "É um precedente grave o presidente ter usado a rede nacional para fazer campanha. Na realidade, é uma autopromoção, campanha política deslavada", atacou o ex-governador de São Paulo, que durante o feriado cumpriu no Nordeste uma agenda de campanha eleitoral.

Tasso disse que Lula "tornou-se um delinqüente constante em infringir a lei eleitoral e em utilizar o cargo para campanha". O senador considerou "absurdo" o uso da rede nacional "É uma desfaçatez. Impressiona a tranqüilidade com que Lula e o PT quebram toda a legislação. Lula está banalizando a quebra da lei", protestou o presidente do PSDB.

A Lei Eleitoral só autoriza os candidatos a abrirem suas campanhas depois de junho, mês em que os partidos são obrigados a realizar convenções e registrar oficialmente suas candidaturas No pronunciamento de ontem (3) à noite, o presidente fez elogios a seu próprio governo, festejando a auto-suficiência do Brasil na produção de petróleo e apontando os ganhos do salário mínimo ao longo de seu mandato. Os tucanos têm denunciado insistentemente que Lula e o PT já estão em campanha pela reeleição, embora o presidente não assuma que é candidato.

Voltar ao topo