Oposição acredita que demissões na Infraero tentam barrar CPI

As lideranças da oposição, e até o senador Tião Viana (PT-AC), da base do governo, receberam as exonerações feitas pelo Conselho de Administração na Empresa Brasileira de Infra-Estrutura Aeroportuária (Infraero) como uma forma do governo "mostrar serviço" e tentar evitar a CPI do Apagão Aéreo. Para Viana, "se o governo agiu assim é porque tem motivos. Eu não ficaria surpreso se soubesse que amanhã o governo abrisse um inquérito policial". O líder dos Democratas na Câmara, deputado Onyx Lorenzoni, disse que o governo está fazendo "uma faxina" prévia para evitar a CPI.

O líder do PSDB no Senado, Arthur Virgílio (AM), viu nas exonerações uma contradição do Planalto. "Não sei o que leva o governo a demitir esses diretores depois de negar que houvesse irregularidades na Infraero", afirmou. Usando um trocadilho popular, o líder tucano classificou as demissões como uma tentativa de evitar a CPI, que seria um mal maior: "Para mim, estão querendo entregar quatro bois para deixar passar uma boiada".

O líder do DEM no Senado, senador José Agripino, avaliou as exonerações como uma resposta malsucedida do governo responder à crise político-militar provocada pelos controladores no último dia 30, quando eles cruzaram os braços e não permitiram nenhuma decolagem no país todo. "Isso prova que ainda há muito a ser investigado na Infraero, e reforça a necessidade de abrirmos uma CPI para averiguar tudo o que ocorre naquele órgão.

O deputado Júlio Redecker (PSDB-RS), líder da minoria na Câmara, enxerga uma posição de "letargia" na ação do governo e considera inevitável a CPI. "É preciso investigar a avidez da Infraero por obras. As exonerações revelam a letargia do governo na pessoa do presidente Lula, que não tomou decisões no tempo certo. O problema da crise aérea é um só: incompetência gerencial do presidente Lula e de seu corpo de assessores na área. Nada disso enfraquece a CPI".

Voltar ao topo