Operação Tentáculos apreende R$ 1 milhão em jóias, cheques, dinheiro, carros e armas

Pelo menos R$ 1 milhão em jóias, cheques, dinheiro, carros e armas foram apreendidos pela Operação Tentáculos, durante o cumprimento dos 85 mandados de busca e apreensão em residências e escritórios de acusados de integrar a quadrilha de extermínio desmantelada na quinta-feira (16), em Curitiba e região metropolitana. De acordo com o delegado Luiz Alberto Cartaxo Moura, titular da Delegacia de Homicídios, o valor ainda deve aumentar. ?Ainda estamos computando os números, porque foram muitas as apreensões?, explicou o delegado.

Por enquanto, a polícia já contabilizou mais de R$ 700 mil em cheques apreendidos, R$ 50 mil em jóias e relógios, 80 celulares, 23 carros, quatro motos, mais de cinqüenta armas de diversos calibres e grande quantidade munições. O delegado desconfia que todo o valor esteja ligado ao lucro da quadrilha com roubos de carros e a estabelecimentos comerciais, além do tráfico de drogas. ?Este material também servirá de prova do envolvimento de cada um dos presos com a organização criminosa?, explicou o delegado.

Apenas na casa do traficante Eder de Souza Conde foram encontrados R$ 19 mil em dinheiro e várias armas. Já na residência do soldado Sandro Delgobo, que teria ligação com o traficante Eder e com a quadrilha especializada no roubo de veículos, foram encontradas duas pistolas, uma Glock 380 e uma Magnum calibre 38, e R$ 300 em dinheiro.

Um relógio da marca Rado, no valor estimado de R$ 30 mil, também foi apreendido. Segundo o delegado, a jóia foi encontrada no escritório do coronel da reserva, Lúcio de Mattos Júnior, que também foi preso acusado de participar das quadrilhas de roubo de veículos e tráfico de drogas. ?Suspeitamos que este relógio tenha sido roubado de uma joalheria em um shopping da capital, mas ainda vamos verificar esta informação?, afirmou o delegado.

?Outra apreensão que nos chamou atenção foi feita na casa de Nizeon Ribeiro Fonseca. Na casa dele, encontramos cerca de 80 gramas de folhas de coca, o que caracteriza uma possível ligação direta com traficantes da Colômbia?, registrou Cartaxo. Fonseca foi preso na quinta-feira, também acusado de participar da quadrilha de roubo de carros.

Plocharski ? O delegado Cartaxo anunciou, nesta sexta-feira (17), que, com as prisões realizadas, o próximo passo é finalizar o inquérito que apura a execução do major Pedro Plocharski. ?Temos dez dias para concluir este inquérito. Todos os presos serão ouvidos, assim como testemunhas e pessoas próximas ao major?, explicou.

De acordo com ele, a apreensão do Golf verde utilizado na execução de Plocharski também é peça-chave para o inquérito. ?O veículo foi encontrado em São Paulo, na cidade de Itararé, com seu atual proprietário. Agora faremos o caminho inverso da compra para descobrir quem vendeu o carro?, explicou Cartaxo.

Ainda segundo o delegado, o assassinato começou a ser desvendado quando testemunhas do crime reconheceram através de fotografias dois ex-policiais militares como autores do assassinato. Moacir Possamai Girardi, ex-soldado, excluído da PM por problemas de disciplina, foi apontado como motorista do Golf verde, e Alberto da Silva Santos, ex-aspirante a oficial da PM, condenado por ser o responsável pelo incêndio da Procuradoria de Investigações Criminais, foi apontado por testemunhas como autor dos disparos que mataram o major. Girardi e Santos foram presos na quinta-feira (16) durante a Operação Tentáculos.

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