As unidades da Polícia Federal (PF) e da Receita Federal de Ribeirão Preto realizam hoje (17) pela manhã a "Operação RAMS", na Smar Equipamentos Industriais Ltda., uma das maiores empresas de automação do País, cujos principais clientes são as usinas sucroalcooleiras. De acordo com a PF, a operação visa cumprir 28 mandados de busca e apreensão expedidos pela 1ª Justiça Federal de Ribeirão Preto.
A ação envolve 51 policiais federais 60 auditores da Receita Federal nas unidades e nas casas dos dirigentes da Smar em Sertãozinho, Ribeirão Preto e São Paulo. De acordo com nota divulgada há pouco pela Polícia Federal, os mandados que deram origem à "Operação RAMS" foram solicitados pela Receita Federal e pelo Ministério Público Federal. Os órgãos alegam, na nota, "dificuldades criadas pelos diretores das empresas do grupo em fiscalizações regulares empreendidas pela Receita" e suspeita de atuação ilegal das empresas "visando fraudar o fisco e remeter seus lucros para o exterior", crimes que já são alvos de inquéritos federais.
Ainda de acordo com a nota, após a operação e a auditoria da Receita na documentação arrecadada, se constatados crimes contra os sistemas tributário e financeiro nacional, será aberto um procedimento investigatório pela delegacia da PF em Ribeirão Preto com o intuito de apurar a participação dos envolvidos.
Acusação – Não é a primeira vez que a Smar se envolve com investigações de problemas tributários e fiscais. Em 1986, toda a diretoria do grupo foi presa sob acusação de sonegação fiscal. Entre dezembro de 2003 e junho de 2004, a Justiça Federal expediu mandados de prisão preventiva contra Carlos Alberto Liboni, Paulo Saturnino Lorenzato, Edson Benelli e Gilmar de Matos Caldeira, sócios da Smar, pelo fato de a empresa não pagar dívidas com o INSS e com as Fazendas Federal e Estadual estimadas, à época, em R$ 254,65 milhões. Os executivos conseguiram, por meio de liminares, se livrar da prisão.
No início deste ano Lorenzato informou que Liboni, ex-vice-presidente da Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp) teria comunicado que iria sair do controle acionário da Smar até o final deste ano.