Ogro perdulário

Está aí uma contribuição admirável do Tribunal de Contas da União (TCU) para que os brasileiros conheçam as entranhas do ogro encarapitado no governo da República. Um levantamento realizado por técnicos da instituição revelou a existência de 400 obras financiadas pela União paralisadas há mais de um ano, quando não foram simplesmente relegadas ao a-bandono.

Os números do TCU indicam que tais obras foram orçadas, em conjunto, em R$ 3,5 bilhões, tendo já pulverizado cerca de R$ 1,96 bilhão do total destinado à sua execução. Entre as obras relacionadas pelos técnicos encontram-se algumas pontes de concreto perdidas em meio à paisagem agreste do sertão nordestino, ligando o nada a coisa nenhuma.

A sociedade teve conhecimento prévio desse pormenor da dilapidação dos cofres públicos, por meio da bem-sucedida Operação Navalha, da Polícia Federal, ao desmantelar a gangue comandada pelo empresário baiano Zuleido Veras, especializada em desviar dinheiro do Orçamento de obras públicas.

Contudo, dentre as causas do abandono das obras, o relatório do TCU aponta também a lentidão do fluxo orçamentário que libera quantias insuficientes para a agilização dos trabalhos e, até o contingenciamento de parte do dinheiro pela equipe econômica do governo federal.

Dinheiro que vai reforçar o superávit primário obtido pelo governo para o pagamento dos astronômicos juros da dívida pública.

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