Odebrecht não fez obra com problema

A construtora brasileira Norberto Odebrecht, que em Portugal atua através da subsidiária Bento Pedroso Construções, não esteve envolvida na obra da estação do metrô do Terreiro do Paço em Lisboa. Ao contrário do que o Estado afirmou na edição de ontem, um consórcio de empresas portuguesas foi o responsável pelo túnel que ligava a estação ao túnel principal da linha. Esse túnel secundário, que apresentou fissuras, teve de ser inundado. Os problemas, detectados em 9 de julho de 2000, fizeram com que até hoje aquele trecho do metrô de Lisboa ainda não esteja pronto.

Consórcios portugueses ficaram responsáveis por etapas distintas do projeto. O grupo encabeçado pela empreiteira Teixeira Duarte foi o responsável pelo túnel da Terreiro do Paço onde houve fissuras. O outro, que incluía a própria Teixeira Duarte e a empresa Motta Engil, ganhou o concurso para a construção da estação.

Os problemas na construção do túnel secundário provocaram um atraso de seis anos na conclusão do trecho do metrô, de 2,3 quilômetros. A estrutura que apresentou fissuras tinha 370 metros de extensão.

Além disso, os problemas foram responsáveis por um aumento dos custos superior a 50%. Para a sua reparação o túnel teve de ser inundado. Só em 2003 ele foi esvaziado, depois de obras que garantissem a sua sustentação. A previsão é de que a linha só seja aberta no ano que vem, ao custo final de R$ 831 milhões.

Em nota, a Odebrecht informou ontem que, no local onde ocorreu o acidente, teve um contrato anos antes, em 1992, como líder do consórcio responsável pelo túnel principal da linha. O grupo encabeçado pela Odebrecht foi encarregado da construção do túnel com uso da tecnologia shield (tatuzão), que foi concluído com sucesso.

Sem estar ligada a esse trecho, a empresa Bento Pedroso Construções foi responsável pelas obras das duas estações contíguas do metrô de Lisboa, a Baixa-Chiado e a de Santa Apolónia. A obra da Baixa-Chiado já estava aberta ao público e em funcionamento quando ocorreram os problemas na região do Terreiro do Paço.

A nota da empreiteira brasileira afirma que ?a Odebrecht já construiu linhas e estações de metrô em São Paulo, Rio de Janeiro, Recife, Brasília, Belo Horizonte, Caracas, Lisboa e Miami, sistemas estes que funcionam perfeitamente desde que foram entregues a seus respectivos operadores?.

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