OAB refuta revista manual a advogado que visita preso

A Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) admite a revista prévia exclusivamente por meios eletrônicos dos advogados que vão aos presídios ao encontro de seus clientes presos. Ao mesmo tempo, a OAB descarta a possibilidade de aceitar uma revista manual ao advogado. Ontem, o presidente da entidade, Roberto Busato, afirmou que quem deve ser revistado é o preso, antes e depois de qualquer contato com pessoas do mundo exterior as prisões. "Revistar o advogado como se ele fosse marginal, como se ele fosse o causador de toda a comunicação indevida que ocorre, é degradante para a profissão", afirmou Busato contra a revista manual ao advogado.

Busato classificou de "vexatória" a revista manual para um profissional que tem a obrigação de prestar defesa ao cidadão, mas concorda com a fiscalização eletrônica instalada nas penitenciárias e à qual, segundo ele, deve se submeter todos que entram nos presídios. Busato também defendeu que o contato do advogado com o seu cliente preso seja feito por meio de um vidro separando os dois. "Acreditamos que o Estado, por ter a responsabilidade da guarda do apenado, tem que fazer uma vistoria ampla e rigorosa, mas no preso, toda vez que este tiver contato com qualquer pessoa, seja ela advogado, médico, padre, o magistrado, enfim, qualquer um".

O relator da CPI do Tráfico de Armas, deputado Paulo Pimenta (PT-RS), anunciou que apresentará um projeto de lei instituindo revista prévia do advogado, com detector de metais eletrônico. O projeto faz parte de um pacote de propostas que ele está elaborando e que, entre outros pontos, procura combater a participação dos advogados no crime organizado. "A atuação do advogado já não permite que esse profissional seja considerado um cidadão acima de qualquer suspeita, como tem sido a tradição da carreira jurídica", argumentou Pimenta.

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