O último dos Bric

O Brasil é o último no ranking de competitividade. Esse grupo de economias emergentes é denominado Bric e composto de Brasil, México, China, Índia e Rússia. A má notícia foi divulgada pela Amcham e Movimento Brasil Competitivo. Em mais esse levantamento parece provado que o ?gigante deitado eternamente em berço esplêndido? não se levanta. De vez em quando, boceja, dando sinais de vida, apesar de ser considerado como pertencente ao grupo de países cujas economias emergentes são consideradas como de maior potencial de crescimento. Nós estamos empatados com o México e, como aquele país da América do Norte, separados do mundo economicamente desenvolvido pelo muro que Bush mandou levantar para evitar a perigosa fuga de gente dos países em desenvolvimento e subdesenvolvidos na busca pela prosperidade.

A China aparece em primeiro lugar, seguida da Índia e Rússia. São, dos países em desenvolvimento com grandes potencialidades, os que mais se desenvolvem. Tal fato não é necessariamente prova de bem-estar de suas populações. Há um outro índice, o IDH (Índice de Desenvolvimento Humano), que mede o crescimento do ponto de vista humano. E aí a China, que está crescendo alguma coisa como estratosféricos 10% do PIB ao ano, a Índia, e mesmo a Rússia, por diversas circunstâncias, têm seus povos convivendo com a miséria. No caso chinês, o excesso de população é o principal responsável. Hoje a China é campeã de crescimento porque foi abandonada a economia comunista, mantendo-se, entretanto, a política socialista ditatorial da qual Mao Tsé Tung foi a expressão maior. A Índia, por incrível que pareça, ainda mantém estruturas de casta, o que em si já é uma comprovação de atraso, não obstante seja um país emergente, que já figura no fechado clube das potências nucleares.

A Rússia saiu da implosão do comunismo na União Soviética e é o maior país do mundo em extensão territorial. Mas o comunismo que mandava homens para o cosmo e competia com os Estados Unidos escondia uma situação paradoxal. O regime que buscava, na teoria, o progresso com igualdade social, havia montado um grupo de políticos e burocratas como classe ?A? e o povo vivendo em igualdade, mas na pobreza. Evidentemente estas são observações superficiais, pois os problemas daqueles países e seus sucessos são muito mais complexos.

O que é de se lamentar é que o Brasil, que vive numa democracia, ou pseudodemocracia, com intervenção estatal na economia, mas ainda dentro do regime capitalista de competitividade, esteja em uma posição tão humilhante. Os estudos referidos, que nos põem na rabeira dos Bric, diz que ?não obstante as melhorias na qualidade de vida, o País ainda enfrenta o desafio de conseguir um crescimento sustentável e proteger a sustentabilidade do ajuste fiscal, através de uma eficiência maior do setor público?. Aqui, os governos é que não funcionam bem. ?Cada vez mais há consenso de que a questão fiscal é o grande entrave ao crescimento do País.?

Entre 2000 e o levantamento mais recente, o Brasil melhorou em dez indicadores e piorou em treze.

É preciso adubar o orgulho nacional e isso tem sido feito com eficiência. Mas é necessário também ter consciência de que, em muitos aspectos, estamos na rabeira do grupo de países que conosco guardam similitudes.

Voltar ao topo