Neogovernistas inflam segundo mandato de Lula

Alguns deles são chamados de neogovernistas, mas na verdade o que eles são mesmo é sempre governistas. Em seu segundo mandato, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva acabou se rendendo às facilidades e ampliou a fatia do governo formada por políticos que no passado enfrentaram o PT e estiveram ao lado de Fernando Henrique Cardoso – e até de outros presidentes, como é o caso do novo ministro da Agricultura, Reinhold Stephanes (PMDB-PR).

Recebido na semana passada no Palácio do Planalto por Lula, o senador Fernando Collor (PTB-AL) é um bom exemplo de como a política dá voltas. Adversário implacável do petista nas eleições presidenciais de 1989, Collor deixou de lado as críticas e é um dos mais novos aliados do presidente. Collor não é exceção. Ele faz parte de um grupo bem eclético que vai desde o presidente do PMDB, deputado Michel Temer (SP), passa pelo ministro da Integração Nacional, Geddel Vieira Lima (PMDB-BA), e chega aos líderes do governo na Câmara, José Múcio Monteiro (PTB-PE), e no Senado, Romero Jucá (PMDB-RR). O segundo vice-presidente da Câmara, Inocêncio Oliveira (PR-PE), já foi fiel aliado de FHC, mas hoje é ?lulista até morrer?.

Caminho semelhante ao de Collor foi trilhado por Geddel. Apontado no Congresso, junto com Temer, como uma das ?viúvas de Fernando Henrique?, o político baiano chegou à Esplanada na condição de um dos principais articuladores da ala do PMDB que aderiu ao Planalto. No primeiro mandato de Lula, foi adversário ferrenho da adesão peemedebista ao Planalto. Chegou a chamar de fisiológica a negociação comandada pelos senadores do PMDB José Sarney (AP) e Renan Calheiros (AL) para apoiar o governo.

O pragmatismo levou Geddel a trocar a oposição pela base. A aproximação ocorreu nas eleições do ano passado, quando, em nome da política baiana, ele apoiou Jaques Wagner (PT), que se elegeu governador do Estado. Foi com o aval do petista que Geddel chegou ao Ministério da Integração Nacional como símbolo da coalizão do governo, segundo palavras do próprio presidente Lula.

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