Necessidade premente

Na semana em que lamentamos a notícia do aumento do consumo de drogas no Brasil, Curitiba apresenta um novo mecanismo para combater o tráfico. É a Central de Inteligência Antidrogas, que     vai mapear a cidade para identificar locais de maior incidência de traficantes. Para isto, vai utilizar um software (programa de computador) semelhante ao usado pela Polícia Federal (PF).

Foi da PF que veio o secretário especial Antidrogas de Curitiba, delegado Fernando Francischini, e como é de praxe na polícia, o projeto da criação da Central foi batizado de Salomão – aquele que tudo vê.

Acima dos nomes pomposos e até inusitados, é inegável a participação expressiva da Polícia Federal na luta contra o tráfico. Afinal, depois de muita investigação foi conseguida a prisão do narcotraficante colombiano Juan Carlos Abadía, em operação liderada por Francischini.

Hoje ocupando cargo político, o delegado e secretário sabe que ações populistas não resolvem o problema. Ele também sabe que não se pode partir do usuário para se chegar ao traficante, e sim ir direto ao ponto, evitando trágicas conseqüências. Em Curitiba, diferentemente do Rio de Janeiro, não há regiões controladas pelo tráfico. Existem ?pólos?, e são estes locais que precisam ser encontrados pela Central de Inteligência.

Que não pode ter desejo de aparecer – como se vê às vezes com alguns homens da segurança pública. É óbvio afirmar que uma central de inteligência faz seu trabalho nas sombras, buscando em cada pequena pista uma rota para encontrar os bandidos.

É importante saber que ela existe, mas não devemos esperar histrionismo de um órgão como este.

E a Central não é, também, solução para todos os males. Ela é apenas mais um passo na luta contra o tráfico. Como disse o secretário Francischini, é importante a participação da Polícia Militar, da Polícia Civil, do Ministério Público e também da sociedade civil. Cada um, a seu modo, é fundamental para vencermos uma guerra cada vez mais perigosa.

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