”Não sabia que estava sendo gravado”, diz ex-funcionário dos Correios

"Sei que errei. Falei demais, coisas que não deveriam ser ditas. Mas eu não sabia que estava sendo gravado", falou o ex-chefe do Departamento de Contratação e Administração de Material dos Correios, Maurício Marinho. Por mais de sete de horas ele prestou depoimento ao delegado Luiz Flávio Zampronha, da Polícia Federal, em Brasília. Marinho foi filmado em uma gravação em vídeo, de cerca de uma hora e 50 minutos de duração, que revelou o suposto esquema de propina nos Correios. Nela, ele recebia dinheiro dado por "empresários".

Ele disse que só teve contatos formais com o presidente do PTB, deputado Roberto Jefferson (RJ), por três vezes. Marinho ainda justificou o contato com os "empresários" porque almejava, daqui a dois anos, tornar-se consultor. Segundo ele, iria se aposentar. "Era uma empresa multinacional que desejava entrar no Brasil", contou. "Mas não existe nenhuma empresa, era tudo uma armação."

Segundo o advogado de Marinho, José Ricardo Baetela, ele foi indiciado por corrupção passiva e fraude em licitação. A lei prevê punição de um a oito anos para crime de corrupção e de dois a quatro anos para fraude em licitações.

A Polícia Federal (PF) indiciou, além de Marinho, outros dois ex-funcionários da Empresa Brasileira de Correios e Telégrafos (ECT) Antônio Ozório Batista e Fernando Godoy, por corrupção e fraude em licitação. Os três são acusados de envolvimento no esquema de corrupção nos Correios denunciado há cerca de dez dias.

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