Não há previsão do fim da greve do INSS

Continua a greve, deflagrada no dia 3 de dezembro do ano passado, pelos médicos peritos do Instituto Nacional de Seguro Social (INSS). Na última quinta-feira, o Ministério do Planejamento convocou a categoria a retornar ao trabalho, mas a Associação Nacional dos Médicos Peritos da Previdência Social se mantém firme e não há previsões de quando os servidores voltam às suas atividades normais.

No início deste mês de janeiro, os grevistas não receberam seus salários, correspondentes ao mês de dezembro. O fato também não fez com que os peritos cedessem. No Rio de Janeiro, os médicos conseguiram uma liminar para que seus salários fossem pagos. A idéia é que essa decisão se estenda para todo Brasil.

?Apesar do corte salarial, a categoria está unida. Chegamos a um ponto de descaso tão grande com os médicos da Previdência, que não podemos voltar atrás em nossas reivindicações?, informa o presidente da Associação Paranaense dos Médicos Peritos, Chil Korper Zunszter. ?Estamos prontos para negociar, mas até agora o governo vem se mostrando bastante fechado.?

A categoria reivindica a estruturação da carreira de perito médico da Previdência Social, com implantação de um plano de carreira e a conseqüente realização de concurso público, objetivando o fim da terceirização das atividades de perícias médicas que acontecem no INSS. ?Os concursos para a contratação de médicos peritos não acontecem desde 1975. Por isso, há uma defasagem gigantesca no Brasil?, diz Chil. ?Apesar das greves realizadas pelos funcionários da Previdência Social, esta é a primeira deflagrada pelos médicos peritos.?

No total, são 2,4 mil médicos peritos no quadro funcional do Ministério da Previdência Social e mais 4 mil terceirizados em atividade no País, dos quais trinta trabalham em Curitiba. A adesão à greve, segundo a Associação Paranaense, é de cerca de 90% entre os integrantes do quadro funcional.

Amanhã, às 9h, em Curitiba, médicos peritos devem realizar um ato público, em frente à agência do INSS localizada entre as ruas João Negrão e XV de Novembro, para esclarecer a população sobre os motivos da greve.

Atrasos

A paralisação dos médicos tem gerado atrasos no pagamento de benefícios. Quem já está recebendo não enfrenta problemas. O dinheiro não vai ser bloqueado mesmo sem a perícia ter sido realizada. Porém, quem mais sofre são as pessoas que estão dando entrada nos documentos, pois o período de espera está sendo, no mínimo, quinze dias maior que o normal.

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