Não ao gatilho no Oriente Médio

O mundo hoje vive uma crise de energia? Um primeiro olhar sobre a macroeconomia, nos mostraria que sim. Afinal, estamos à beira de uma nova guerra (ou seria intervenção) dos EUA no Oriente Médio, que todo mundo sabe se tratar da região onde estão concentradas as maiores reservas de petróleo do planeta.

Ora meus amigos, nada mais justo que uma invasão ao Iraque, a deposição de seu líder para salvar o mundo de um colapso no fornecimento do óleo cru, certo?

Na minha opinião não.

O homem já provou ser capaz de superar seus desafios através de sua criatividade. Já passou da hora de estimularmos, em todos os campos possíveis, a substituição do petróleo como principal fonte de energia. Além do problema das intermináveis guerras (como a do Golfo, para ficar no exemplo mais visível), o “betume” é uma fonte de energia suja. Altamente poluente, transforma o planeta numa gigantesca lixeira. Senão vejamos: quando se queima o petróleo em forma de combustível, emitimos diariamente um volume absurdo de gases tóxicos na atmosfera. Esse excesso, degrada o meio ambiente e faz com que haja um aquecimento global, que pode resultar no derretimento das calotas polares. Pior: a borracha de pneus feitos à base de petróleo já se transformam num problema sem solução para os europeus, que tentam nos empurrar suas carcaças.

Tudo bem. Alguns discordam dessa tese, e afirmam ser essa apenas uma visão catastrófica do desenvolvimento.

Mas as provas estão cada vez mais evidentes. Outro dia mesmo, foram confirmados por satélites o desprendimento de gigantescos blocos de gelo da Antártida. Será que eles se revoltaram e desprenderam seus grilhões ansiando por liberdade? Obviamente que não.Isso é apenas um aviso da natureza que não podemos mais perder tempo. É preciso que a sociedade crie alternativas para o problema de energia. Lembro de uma passagem do filme De Volta para o Futuro – do Steven Spilberg -, na qual o Christofer Loydd chega à casa do protagonista da fita guiando um carro que voa, vai até o lixo, pega restos de alimentos, joga dentro de um tubo como se fosse um tanque de transformação de dejetos em combustível ou energia, e o carro sai como se estivesse de tanque cheio.

Se isso ainda não é possível, não vai demorar muito para que seja. Existe um estudo que provou ser viável transformar a água num combustível limpo. Ou mesmo o gás natural, que é uma fonte de energia limpa (não polui como o diesel, a gasolina). Aí vem alguém e diz: mas o gás também não é uma fonte renovável, e vamos trocar seis por meia dúzia.

Pois bem, até chegarmos ao que se viu naquela pequena passagem da fita de Spielberg, vamos buscar alternativas viáveis, como um estudo desenvolvido pela Worldwatch Institute, que revela ser o hidrogênio o combustível do futuro. Até lá, precisamos apenas trocar o canhão do Bush, apontado para o Saddam, por investimento em fontes alternativas de energia.

Márcio Rodrigues

é editor adjunto de esporte de O Estado.

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