Na Bolívia, Petrobras investe só em produção e exploração

Novos investimentos da Petrobras na Bolívia se limitarão ao segmento de exploração e produção de petróleo, afirmou o presidente da companhia, José Sérgio Gabrielli. Segundo ele, entre os projetos que serão estudados em conjunto com a estatal local YPFB estão apenas aportes para ampliar a produção de gás no país vizinho. A unidade petroquímica binacional, que havia sido proposta em parceria com a Braskem, portanto, não será objeto de avaliação neste momento.

A Petrobras avalia a possibilidade de ampliar as importações de gás boliviano, cujo contrato atual prevê um volume máximo de 30 milhões de metros cúbicos por dia. Além disso, a Bolívia precisa produzir mais gás para cumprir o contrato assinado em setembro com a Argentina, no qual se compromete a entregar 27,7 milhões de metros cúbicos a partir de 2010. A capacidade de produção boliviana está hoje no seu limite e novos poços precisam ser abertos até lá.

Segundo o diretor internacional da Petrobras, Nestor Cerveró, a estatal tem condições de ampliar sua produção no país vizinho. Cerveró e Gabrielli defenderam mais uma vez os novos contratos de exploração e produção assinados no país vizinho que, segundo eles, garantem rentabilidade aos negócios atuais e a novos investimentos. O diretor internacional da empresa, no entanto, frisou que projetos de industrialização do gás, como a unidade petroquímica, terão que ser tema de novas conversas.

A avaliação de novos investimentos na Bolívia foi decidida em reunião na semana passada, em Santa cruz de la Sierra. Na ocasião, Petrobras e YPFB acordaram em ampliar as negociações sobre o preço do gás importado pelo Brasil, que se arrastam desde o primeiro semestre, incluindo novos temas na pauta de discussões.

Em jantar de confraternização com jornalistas, ontem, Gabrielli disse que a empresa está tranqüila com relação à sua situação no Equador, onde o presidente eleito Rafael Correa prometeu mudanças no setor de petróleo. O presidente da Petrobras informou que esteve em Quito na última semana e voltou otimista sobre o futuro.

"Faz parte do nosso negócio lidar com risco. Infelizmente, não tem petróleo na Suíça", afirmou o executivo, lembrando que mesmo nos Estados Unidos há propostas para ampliar a arrecadação sobre o setor de petróleo. Segundo ele, há no Congresso norte-americano uma proposta de criar um imposto extraordinário sobre a produção no país.

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