Zelaya conclama ofensiva final em Honduras

A tensão ficou mais forte em Honduras em antecipação a novos confrontos depois que o presidente deposto Manuel Zelaya pediu a seus partidários que façam uma ofensiva final e os líderes golpistas responderam com uma dura advertência ao Brasil. Trabalhadores rurais de Honduras se dirigem para a capital em apoio a Zelaya, disse o líder religioso Andres Tamayo à agência France Presse. Ele está dentro da embaixada brasileira em Tegucigalpa, onde o presidente deposto está abrigado desde que voltou ao país na última segunda-feira.

“Um chamado nacional foi feito para agricultores e trabalhadores de outros setores para que se reúnam em Tegucigalpa e alguns já começaram a formar estas manifestações”, disse Tamayo. “Agricultores estão viajando por conta própria, em transporte público, porque se chegarem em grupos ou de carro, a polícia e o Exército vão pará-los em pontos de checagem.”

Zelaya pediu a seus partidários que se dirijam à capital amanhã, data em que o golpe faz três meses, para uma ofensiva final contra o governo de facto”. “Estamos fazendo um chamado patriótico à resistência em todo o território nacional”, disse ele em comunicado entregue a um fotógrafo da France Press na noite de ontem.

Tamayo, que lidera o grupo nacional de resistência, negou as informações de meios de comunicação hondurenhos segundo os quais Zelaya estava tentando instalar um governo “paralelo” e chamou as notícias de “mentira”. O líder deposto espera a chegada do secretário-geral de OEA, Jose Miguel Insulza e outros ministros latino-americanos para retomar o diálogo, disse Rasel Tome, outro líder da resistência que está na embaixada brasileira.

Manifestantes chegam diariamente aos arredores da embaixada, que está cercada por policiais e soldados, para demonstrar seu apoio ao presidente deposto. Zelaya diz que o governo interino não respondeu aos seus pedidos de diálogo, feitos após seu retorno, mas tem agido “com mais repressão contra o povo”.