Um ano depois de morte, campanha “Vidas dos negros Importam” persiste nos EUA

Nos dias que sucederam a morte do adolescente negro Michael Brown pelo policial Darren Wilson em Ferguson há um ano, manifestantes lotaram as ruas demandando que a polícia fosse responsabilizada e pedindo o fim do que chamaram de uma brutalidade sistêmica contra minorias. Longe de acabar, o que começou como marchas espontâneas se transformou num movimento poderoso, impulsionado por mais mortes de negros desarmados em Cleveland, Nova York e Baltimore.

Descentralizadas em sua estrutura e movidas pelas redes sociais, a campanha “Black Lives Matter” (As Vidas dos Negros Importam, em inglês) emergiu no último ano como uma força política e social dos Estados Unidos. Observadores acreditam que ela ajudou a aumentar o uso de câmeras por policiais, a mudar o rumo de indiciamentos de policiais em casos de tiroteios e alterar atitudes públicas.

Os protestos, que se espalharam pelo país, tem sido reconhecidos por autoridades, celebridades e atletas, além de terem emergido como um tema em eventos de campanha para as eleições presidenciais de 2016.

Pesquisa realizada pelo Pew Research Center concluiu que metade dos norte-americanos acredita que racismo é um grande problema na sociedade, número muito maior do que o verificado há cinco anos, quando 33% da população respondeu dessa forma. Entre a população branca, 44% consideraram o racismo um problema generalizado, aumento de 17 pontos porcentuais ante a pesquisa de 2010.

Ainda assim, negros norte-americanos e brancos tem opiniões fortemente divididas com relação às manifestações que já ocorreram em várias cidades. Em pesquisa feita pelo Wall Street Journal e a NBC, a maioria dos respondentes negros disseram que os eventos refletem uma frustração antiga com maus-tratos enquanto a maioria dos brancos escolheu uma segunda explicação: “as pessoas buscam desculpas para promover saques e violência”.

Em Ferguson, uma marcha ainda neste domingo deve começar no local onde o adolescente Michael Brown foi morto. Centenas de pessoas estavam reunidas no começo do dia na cidade antes do início da marcha. Depois de um momento de silêncio, uma homenagem deve ser celebrada numa igreja local. Outros eventos estão marcados para ocorrer em Ferguson e na cidade próxima de Saint Louis. Fonte: Dow Jones Newswires e Associated Press.

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