Sobe para 9 total de manifestantes mortos no Iêmen

Forças de segurança do Iêmen abriram fogo hoje contra as pessoas que participavam de um grande protesto na capital do país, Sanaa, matando nove manifestantes e ferindo cerca de 100, informou um médico que estava no local. A violência teve início quando quase 100 mil opositores do governo se reuniram numa importante praça da cidade, tomando também as ruas ao redor do prédio da televisão estatal.

Segundo testemunhas, forças de segurança – incluindo integrantes da Guarda Republicana – realizaram disparos com munição de verdade e gás lacrimogêneo contra a multidão. Francoatiradores foram vistos nos topos dos prédios, mirando nos manifestantes. “A maioria dos mortos e feridos foi atingido na cabeça ou no tronco”, disse o doutor Mohammed al-Ibahi à Associated Press.

Grupos de iemenitas de várias cidades do país lançaram hoje uma campanha de desobediência civil, com o objetivo derrubar o presidente Ali Abdullah Saleh, no poder há 32 anos. A campanha faz parte dos protestos iniciados no início de fevereiro e que foram inspirados nas revoltas ocorrida em vários países do mundo árabe. Manifestações quase diárias têm pedido a saída de Saleh.

O presidente se mantém no cargo apesar dos protestos e da renúncia de muitos partidários leais, incluindo membros de sua tribo, oficiais militares e importantes autoridades do governo. Mais de 130 pessoas foram mortas por forças de segurança e partidários de Saleh desde o início das manifestações.

Impasse

Na cidade portuária de Áden, unidades da Guarda Republicana entraram em confronto com manifestantes que celebravam o aniversário do início da guerra civil no país em 1994, quando o Exército de Saleh impediu uma tentativa de secessão da região sul. Um manifestante foi morto hoje e dezenas ficaram feridos em confrontos que envolveram tanques, carros blindados e armas pesadas, segundo o ativista Wajdi al-Shaabi.

Na segunda maior cidade do país, Taiz, dezenas de milhares de manifestantes foram para as principais ruas protestar contra uma iniciativa de países do Golfo Pérsico que deu a Saleh e à sua família imunidade contra processos judiciais, informou o ativista Nouh al-Wafi. Os autores da iniciativa, os seis países que formam o Conselho de Cooperação do Golfo, vão se reunir no domingo na capital da Arábia Saudita, Riad, onde seus ministros de Relações Exteriores devem ajustar a proposta para encerrar a crise no Iêmen.

Ontem, partidos de oposição disseram que assinariam o acordo, com o qual Saleh já concordou. O documento vai permitir que o presidente transfira o poder a seu vice no prazo de 30 dias após a assinatura. Mas a proposta parece ter aberto um racha entre os partidos de oposição e milhares de pessoas saíram às ruas para protestar e exigir a saída imediata de Saleh. As informações são da Associated Press e da Dow Jones.

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