Sobe para 27 total de mortos em ataques no Paquistão

Subiu para 27 o total de mortos em dois ataques de supostos mísseis dos Estados Unidos, que caíram em dois vilarejos no Paquistão, perto da fronteira com o Afeganistão. Entre os mortos está um suposto militante árabe da rede terrorista Al-Qaeda. Segundo funcionários da inteligência do Paquistão, outros militantes islâmicos estrangeiros também morreram no ataque.

O integrante árabe da Al-Qaeda morto no ataque de hoje no Paquistão foi identificado como Abu Kasha Iraqi, disseram sob anonimato os funcionários paquistaneses. Ele está entre as 20 pessoas mortas quando dois mísseis explodiram uma casa e um automóvel no vilarejo de Mir Ali, no Waziristão do Norte.

Aviões espiões norte-americanos sobrevoaram antes do ataque a área por várias horas, disseram os funcionários, citando agentes e informantes do local. Duas horas após o ataque em Mir Ali, os norte-americanos deslancharam um segundo ataque com foguetes teleguiados, desta vez contra outro vilarejo no Waziristão do Norte, matando sete pessoas, incluído um número não especificado de militantes islâmicos estrangeiros.

O governo americano é suspeito de ter lançado pelo menos 17 ataques com mísseis e foguetes dentro do noroeste do Paquistão desde agosto deste ano, numa escalada sem precedentes que está estremecendo a aliança militar de sete anos entre Washington e Islamabad. Os ataques com mísseis ocorrem em um período de crise econômica cada vez mais grave no Paquistão. Eles refletem a crescente frustração norte-americana, com funcionários dos EUA acusando o Paquistão de inação frente aos extremistas islâmicos, que são acusados de realizarem atentados no Paquistão e Afeganistão.

O governo dos EUA não admite e não nega realizar os ataques. Analistas políticos dizem que os oficiais americanos calculam que, seja qual for o dano que os ataques unilaterais com mísseis provoquem à relação entre os EUA e o Paquistão, será possível repará-la entre os dois países após o sucessor do presidente americano George W. Bush tomar posse em janeiro de 2009.