Seul descarta ajuda alimentar para Coreia do Norte

A Coreia do Sul descartou hoje qualquer ajuda alimentar significativa à Coreia do Norte, apesar do anúncio da União Europeia de fornecer auxílio a Pyongyang. “Não temos planos de enviar ao Norte ajuda alimentar de larga escala”, disse Lee Jong-joo, porta-voz do Ministério da Unificação, que cuida das relações entre os dois países.

Seul chegou a enviar para seu faminto vizinho cerca de 400 mil toneladas de arroz e 300 mil toneladas de fertilizantes por ano. Os carregamentos foram interrompidos em 2008, quando um governo conservador chegou ao poder no Sul e condicionou a assistência ao desarmamento nuclear norte-coreano. Apesar disso, Seul tem permitido que alguns grupos civis viagem para a Coreia do Norte para prover ajuda humanitária a crianças e outros grupos vulneráveis.

As relações entre os países vizinhos têm sido frias no último ano, depois que Seul acusou o vizinho do Norte de atacar um navio de guerra sul-coreano com torpedos, incidente que resultou na morte de 46 marinheiros em março do ano passado. Pyongyang negou o ataque, mas em novembro bombardeou uma ilha sul-coreana, matando quatro pessoas.

A Coreia do Norte conta com ajuda internacional para alimentar sua população desde a escassez de comida em meados da década de 1990, que matou centenas de milhares de pessoas. Em maio, os Estados Unidos enviaram um grupo para avaliar a possibilidade de retomar o envio de alimentos, mas a decisão ainda não foi anunciada. O líder da equipe, Robert King, disse ao retornar da viagem que a Coreia do Sul expressou oposição à retomada da ajuda a Pyongyang.

A UE disse hoje que vai enviar 10 milhões de euros (US$ 14,5 milhões) em ajuda alimentar emergencial para 650 mil pessoas que correm o risco de morrer de fome. A Comissão Europeia disse que a situação em algumas áreas se tornou tão ruim que um número crescente de norte-coreanos têm comido grama. As informações são da Dow Jones.