Seis camponeses são mortos após protesto na Guatemala

O número de camponeses mortos após uma manifestação no oeste da Guatemala, que foi marcada pela dura repressão policial, aumentou para seis após a confirmação da morte de mais duas pessoas, informaram nesta sexta-feira fontes oficiais.

Em declarações aos jornalistas, o procurador dos Direitos Humanos, Jorge de León, afirmou que o relatório “parcial” deste incidente registra a morte de seis camponeses e mais de 30 pessoas feridas por arma de fogo e gás lacrimogêneo.

Segundo León, “ainda não se pode responsabilizar ninguém” pelo ocorrido, já que “os fatos ainda se mostram confusos” e as investigações não foram concluídas.

No entanto, segundo os habitantes, os responsáveis do ataque contra os manifestantes foram os oficiais do Exército, que foram acionados para auxiliar as forças antidistúrbios da Polícia Nacional Civil (PNC) e dispersar os camponeses.

Apesar das imagens divulgadas pela imprensa mostrarem um soldado com fuzil na mão e em posição de ataque, as autoridades guatemaltecas insistem em assegurar que nenhum integrante das forças de segurança do Estado disparou contra dos manifestantes.

O ministro guatemalteco do Interior, Mauricio López Bonilla, afirmou hoje que os soldados “estavam desarmados” e que o militar que aparece na fotografia pôde ser um agente de “segurança” do contingente que “foi provocado” pelos habitantes.

Segundo Bonilla, as primeiras investigações das autoridades apontam que foram os civis, ainda não identificados, que provocaram o massacre.

Os manifestantes protestavam contra as reformas constitucionais promovidas por Pérez Molina, assim como a modificação do plano de estudos da carreira de professor, e também exigiam uma redução na tarifa do serviço de energia elétrica que é prestado por uma empresa privada.

Enquanto os incidentes ocorriam, Pérez Molina se reunia na Casa Presidencial com líderes comunitários para discutir sobre suas reivindicações.