Sarkozy visita Grã-Bretanha em busca de popularidade

Tópicos importantes como a guerra no Afeganistão, a crise de crédito e a imigração estarão entre os assuntos discutidos pelo presidente da França, Nicolas Sarkozy, e líderes britânicos. O francês fará uma visita de dois dias à Grã-Bretanha a partir desta quarta-feira (24). Mas as atenções do grande público e de boa parte da mídia britânica devem estar voltadas para a nova mulher de Sarkozy, a ex-modelo e agora cantora Carla Bruni.

O político francês e o primeiro-ministro britânico, Gordon Brown devem discutir a possível expansão do papel da França na Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan), um aumento da presença das tropas francesas no Afeganistão, políticas de energia nuclear, imigração e a crise de crédito que ameaça o setor bancário e os mercados financeiros mundiais.

O presidente francês, tentando reverter os decrescentes índices de aprovação em seu país, planeja melhorar sua imagem com um encontro com a rainha Elizabeth II, além de fazer um discurso no Parlamento britânico que enfatizará as relações entre os dois países. Um objetivo primordial é melhorar as relações franco-britânicas depois do desentendimento sobre ir ou não à guerra no Iraque.

Além da importante agenda, analistas apontam a intenção de o francês projetar uma imagem de estadista. Nos últimos meses, Sarkozy foi alvo de muita especulação sobre sua vida amorosa, pelo seu casamento abrupto com Carla e, recentemente, o novo casamento de sua ex-mulher, Cecilia. Ainda em Paris, Sarkozy disse nesta terça-feira (25) não descartar a possibilidade de boicotar a cerimônia de abertura da Olimpíada de Pequim. O francês disse que pode não assistir à cerimônia caso a investida chinesa no Tibete continue.

Ao ser questionado sobre um possível boicote, Sarkozy disse que "não poderia fechar as portas para nenhuma possibilidade". Um porta-voz do presidente confirmou que ele se referia a uma possível ausência na cerimônia de abertura, no dia 8 de agosto. "Nossos amigos chineses devem entender a preocupação mundial sobre a questão do Tibete e eu adequarei minhas respostas à evolução na situação que virá, eu espero, o mais rápido possível", disse Sarkozy durante uma visita a um regimento militar no sudoeste da França.

O líder francês afirmou já ter tratado sobre suas preocupações com o presidente chinês, Hu Jintao. Sarkozy teria pedido o fim da violência e o diálogo com o Tibete. Ele também afirmou que houve contatos entre o governo francês e autoridades ligadas ao Dalai Lama, o líder do governo do Tibete no exílio na Índia. Protestos violentos no Tibete, o mais sério desafio em quase duas décadas para o domínio chinês na região, têm levado ativistas de direitos humanos a reexaminar a Olimpíada de Pequim que será realizada entre 8 e 24 de agosto.

Sarkozy tem sido crescentemente pressionado para tomar uma atitude diante da violência. Na semana passada, o grupo Repórteres Sem Fronteiras apelou por um boicote à cerimônia de abertura por chefes de estado e de governo.

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