Premiê turco diz que Israel faz terrorismo de Estado

O primeiro-ministro turco disse hoje que ataque a Israel e uma flotilha que transportava ajuda humanitária para Gaza na semana passada, na qual morreram nove ativistas, foi uma violação as leis internacionais e aos valores humanos, e exortou Israel a aceitar uma investigação internacional sobre o incidente.

“Se existe ódio, é o ódio de Israel. Se existe terrorismo, é o terrorismo de Estado da parte de Israel”, disse o primeiro-ministro turco Recep Tayyip Erdogan em coletiva de imprensa juntamente com o presidente sírio Bashar Assad.

Nesta segunda-feira, as forças armadas israelenses informaram o nome de cinco ativistas que, afirmam, teria vínculos com organizações terroristas. Israel insiste que suas tropas atuaram em legítima defesa depois de serem atacadas por alguns dos ativistas.

Erdogan disse que Israel deveria “olhar-se num espelho” quando procurar os praticantes do terrorismo e chamou os Estados Unidos para “proteger a honra de seu cidadão”, referindo-se ao ativista morto Furkan Dogan, que tinha cidadania turca de norte-americana.

Em resposta a uma pergunta sobre os cinco ativistas a quem Israel acusa de ter ligações com o terrorismo, Erdogan questionou: “se são terroristas, por que foram deixados em liberdade?”

Israel, que enfrenta fortes críticas internacionais por causa da operação militar contra a flotilha, decidiu não levar os ativistas à Justiça, num esforço de limitar as condenações diplomáticas. Os ativistas foram deportados.

Israel recusou uma proposta de investigação da ONU sobre o incidente e disse que realizará sua própria investigação independente. Já Assad disse que o bloqueio a Gaza deve ser suspenso.

Israel minimizou as pressões para levantar o bloqueio, alegando que ele é necessário para impedir que o Hamas, o grupo islâmico que governa a Faixa de Gaza, obtenha armas. Erdogan e Assad conversaram no primeiro dia de uma cúpula de segurança da qual participam 20 países asiáticos.