Premiê japonês vai renunciar em agosto, diz parlamentar

O primeiro-ministro do Japão, Naoto Kan, deve renunciar até o fim de agosto, após garantir a aprovação no Parlamento de um segundo orçamento extra e de uma lei necessária para o governo emitir títulos para cobrir suas dívidas no ano fiscal de 2011, informou hoje uma importante fonte do partido governista. A informação foi divulgada pela agência de notícias Kyodo, em sua edição da manhã de quarta-feira (horário local).

O Partido Democrático do Japão (PDJ), liderado por Kan, e importantes siglas da oposição finalmente chegaram a um acordo para o momento da renúncia, após semanas de divergências, afirmou à Kyodo um graduado parlamentar, pedindo anonimato.

O PDJ, o Partido Liberal Democrático (PLD) e o Partido Novo Komeito concordaram com um terceiro orçamento extra para o ano fiscal que começa em abril. Esse novo orçamento será muito maior que os anteriores, a fim de financiar a reconstrução de áreas duramente atingidas por um terremoto e um tsunami em 11 de março, porém não será administrado por Kan, disseram deputados.

Atualmente, o governo liderado pelo PDJ planeja submeter um terceiro orçamento complementar à Câmara dos Deputados entre o meio de agosto e o início de setembro. Mesmo um dia antes do fim do atual período de sessões parlamentares, as negociações políticas para o momento da renúncia de Kan continuaram até o último minuto, segundo a Kyodo.

O secretário-geral do PDJ, Katsuya Okada, disse a políticos dos dois partidos da oposição que sua sigla quer ampliar o atual período de sessões por cerca de 70 dias, segundo os parlamentares. O secretário-geral do PLD, Nobuteru Ishihara, disse a Okada que o partido irá estudar se aceita a proposta, segundo fontes.

Criticado por sua suposta falta de liderança, Kan faz uma última tentativa de permanecer no poder o máximo possível, apesar da forte pressão pela sua renúncia, tanto de aliados quanto de oposicionistas. Kan havia sido persuadido por graduados parlamentares do PDJ a renunciar em julho, em troca de apoio da oposição para a passagem de um segundo orçamento extra e de uma lei para o governo assegurar em torno de 40% da renda planejada para o orçamento anual, segundo a Kyodo. Porém teve força para buscar aprovar novos projetos desde então.

Em um encontro na noite de ontem com Okada, Kan finalmente ofereceu um compromisso, dizendo que renunciará se as deliberações sobre a lei de energia forem concluídas na atual sessão do Parlamento, segundo os deputados. Okada já havia dito anteriormente a dois congressistas da oposição que o PDJ pretende ampliar o período de sessões no Legislativo em por volta de 50 dias. O PLD pede que o PDJ esclareça quando Kan será substituído e diz que a aprovação da lei de energia não será usada como moeda de troca.

O chefe do Novo Komeito, Natsuo Yamaguchi, pediu um debate cuidadoso da lei de energia. No início deste mês, Kan superou uma moção de censura após prometer que entregará o poder à geração mais nova assim que houver progressos no esforço de reconstrução das zonas afetadas por um terremoto e um tsunami em 11 de março, porém sem definir uma data. As informações são da Dow Jones.