A Procuradoria-Geral da Colômbia suspendeu hoje por três meses o prefeito de Bogotá, Samuel Moreno, por suposta omissão na vigilância da execução de contratos de obras públicas. Membro do partido esquerdista Polo Democrático Alternativo, Moreno estava em uma reunião com seu gabinete. Segundo o jornal El Tiempo, Moreno anunciou que recorrerá da decisão e, segundo fontes, não pretende renunciar.
O anúncio foi feito pelo procurador-geral, Alejandro Ordoñez, em conversa com jornalistas. Trata-se de “uma medida prévia que não implica condenação, mas sim é uma medida cautelar”, enquanto é realizada a investigação, disse Ordoñez. O procurador pode aplicar sanções como a suspensão ou a destituição de um funcionário público por faltas disciplinares. “É preciso suspender o senhor prefeito de Bogotá pelo prazo de três meses”, afirmou Ordoñez.
Agora, segundo o procurador, o presidente Juan Manuel Santos deve designar um prefeito para a capital, onde vivem 8 milhões de habitantes. Ordoñez disse que o prefeito é suposta e dolosamente responsável por não divulgar de modo apropriado informações sobre a contratação e execução de obras públicas de infraestrutura da capital.
A suspensão se refere, em particular, sobre contratos relacionados à construção de um corredor de transporte público por onde circulariam ônibus articulados em uma importante via da cidade, entre outros contratos e obras. O atual prefeito assumiu o cargo em 2008 e seu mandato termina em 1º de janeiro de 2012. Na eleição, Moreno derrotou o ex-prefeito Enrique Peñalosa, que lançou o sistema de transportes com ônibus articulados, chamado Transmilenio, inspirado no sistema de transportes de Curitiba, capital do Paraná.
Moreno e seu irmão, o senador Iván Moreno, também do Polo Democrático Alternativo, estiveram no final de 2010 envolvidos em um debate público por causa de um escândalo sobre supostas cobranças e pagamentos de comissões ilegais para a entrega e execução de contratos de obras públicas em Bogotá. As informações são da Associated Press.