Polícia uruguaia descobre duas clínicas de aborto

A polícia uruguaia descobriu duas clínicas clandestinas em Montevidéu que praticavam abortos e interrogou 11 pessoas, incluindo médicos, informou nesta sexta-feira (2) a imprensa local.

Agentes do Departamento de Ordem Pública da Delegacia de Polícia fizeram a descoberta depois de semanas de interrogatórios no leste e centro da capital, em operações nas quais apreenderam instrumentos médicos e detiveram 11 pessoas, entre profissionais e mulheres que tentavam interromper sua gravidez.

Os onze presos deram declarações à juíza penal Gabriela Merialdo e a justiça espera agora os resultados de perícias técnicas e dos novos interrogatórios.

O chefe de emergência do Serviço Ginecológico do Hospital Pereira Rossell, Francisco Cóppola, questionou o procedimento policial após examinar uma das mulheres que foi levada pelos agentes para determinarem se ela havia realizado um aborto.

"Nossa função é velar pela saúde das pessoas, não determinar se houve um delito", disse Cóppola, acrescentando que várias mulheres planejam prestar queixas à justiça contra a atuação dos policiais.

O Código Penal uruguaio estabelece penas de prisão de 3 a 9 meses para a mulher que provoque ou consinta com um aborto, e de 6 a 25 meses para quem colabore com sua realização.

O Parlamento analisa atualmente um projeto de lei sexual e reprodutiva que legaliza a interrupção voluntária da gravidez.

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