Polícia prende 200 em sede da oposição no Zimbábue

Policiais fortemente armados vasculharam nesta sexta-feira (25) escritórios de partidos da oposição em Harare, a capital do Zimbábue. Os policiais agrediram, empurraram e prenderam pelo menos 200 pessoas, segundo funcionários do Movimento para a Mudança Democrática (MDC, na sigla em inglês). Observadores eleitorais afirmaram também ter tido seus escritórios vasculhados pela polícia local.

As ações ocorreram um dia após os Estados Unidos declararem que a oposição venceu as eleições presidenciais no país, realizadas em 29 de março. Os zimbabuanos ainda aguardam os resultados oficiais, em meio ao temor de que o presidente Robert Mugabe esteja manobrando para permanecer no cargo, que ocupa há 28 anos.

A polícia informou que vasculhou os escritórios do MDC em busca de suspeitos de envolvimento na violência ocorrida no país após as eleições. Segundo o comissário-assistente Wayne Bvudzijena, os suspeitos eram responsáveis por "crimes cometidos no campo". Bvudzijena não precisou o número de detidos.

Em comunicado, o MDC afirmou que 250 policiais fortemente armados cercaram a sede do partido. Eles levaram 200 pessoas presas. Segundo a oposição, a maioria dos detidos – incluindo grávidas e mulheres com crianças pequenas – estavam procurando abrigo após serem atacados por partidários de Mugabe. "As casas deles foram queimadas", acusou Thokozani Khupe, vice-presidente do MDC. Segundo o comunicado, a polícia também levou computadores e outros equipamentos e procurava documentos relacionados às eleições.

A oposição e religiosos independentes acusam Mugabe de ações violentas após as eleições. Já o governo alega que os verdadeiros responsáveis pela violência são membros da oposição.

Quase quatro semanas após a votação, nenhum resultado sobre a eleição presidencial foi divulgado. Nas eleições parlamentares, está ocorrendo um processo de recontagem para determinar o vencedor de várias cadeiras.

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