Passeata no Chile relembra vítimas da ditadura

Milhares de pessoas participaram de uma passeata em Santiago, no Chile, para relembrar as cerca de 40 mil vítimas da ditadura militar inaugurada no país após o golpe de 1973 e encerrada 17 anos depois. Em determinado momento, porém, a homenagem foi interrompida por conflitos entre pessoas encapuzadas e a polícia.

Os participantes da passeata, que foi convocada por uma ativista dos direitos humanos, partiram do centro da cidade e percorreram 32 quarteirões até o Memorial dos Presos Desaparecidos durante a ditadura. A marcha foi pacífica durante a maior parte do percurso, mas ao chegar ao memorial surgiram grupos de encapuzados que jogaram pedras, garrafas e bombas na polícia, que respondeu com jatos de água e bombas de gás lacrimogêneo.

Ainda não há informações oficiais sobre os presos e feridos, mas se sabe que um policial foi atingido por uma pedra, um jornalista teve um ferimento na mão e um cavalo da polícia foi atacado com uma arma branca.

Há 38 anos, o presidente do Chile à época, Salvador Allende, e outros 40 assessores resistiam no palácio presidencial enquanto eram atacados pelo exército do próprio país com dois aviões Hawker Hunter que sobrevoaram nove vezes o edifício, lançando mísseis em sua direção e provocando um grande incêndio.

Quando estava prestes a ser capturado pelos golpistas, Allende mandou que seus assessores deixassem o local e se suicidou com um fuzil AK 47 que havia ganhado de presente de Fidel Castro. Começava assim a ditadura militar chilena, comandada por Augusto Pinochet, que assassinou 3.065 opositores e submeteu 36.948 pessoas a torturas ou à prisão por questões políticas, de acordo com dados oficiais divulgados em agosto. As informações são da Associated Press.

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