O Partido Comunista da China, em preparação a um congresso que dará ao presidente Xi Jinping um segundo mandato de cinco anos, finalizou uma proposta para alterar a carta de governo do partido. Concluindo uma reunião de quatro dias em Pequim, o Comitê Central do partido – composto por cerca de 330 autoridades – finalizou a proposta e um plano político, que serão será submetidos ao congresso do partido, marcado para a próxima quarta-feira.
O comunicado divulgado neste sábado não detalhou a proposta de alteração da carta do partido, embora especialistas em política chinesa tenham dito que provavelmente incluirá a filosofia política de Xi ao cânone ideológico do partido, potencialmente com seu nome em anexo. Essa honra foi concedida apenas ao líder revolucionário Mao Zedong e ao reformista Deng Xiaoping.
O presidente Xi tornou-se o líder chinês mais dominante em décadas e o partido o elogiou, em comunicado divulgado pela mídia estatal, destacando sua política anticorrupção e exigindo lealdade à liderança. O Comitê Central declarou que a administração Xi “consolidou o impulso esmagador” na luta contra o suborno, entre outras realizações em seu primeiro mandato. O partido considerou o primeiro mandato “cinco anos muito extraordinários no desenvolvimento do partido e da nação”.
Além de conceder ao presidente Xi um segundo mandato, os integrantes do partido esperam que ele use sua influência para fortalecer associados mais próximos, substituindo uma corte de altos funcionários que deixarão o corpo de lideranças neste ano por alcançarem o limite de idade.
A mudança pode ter um impacto maior no futuro político da China do que nos últimos anos,segundo disseram alguns membros do partido, em especial se Xi subverter normas do partido estabelecidas nas últimas décadas para garantir transições de poder regulares e ordenadas.
Esses membros disseram que Xi pode tentar bloquear qualquer um que possa ser visto como um sucessor potencial. Tal movimento aumentaria sua autoridade e aumentaria suas chances de permanecer no cargo após o segundo mandato, que termina em 2022 – e pelo costume recente deveria ser o último.
Fonte: Dow Jones Newswires