Para família de Betancout, proposta do governo é positiva

Familiares da ex-candidata presidencial franco-colombiana Ingrid Betancourt, refém das Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia (Farc) há seis anos, consideraram "positiva" a proposta feita pelo governo colombiano de aceitar libertar guerrilheiros se Ingrid for libertada. Astrid Betancourt, irmã de Ingrid, disse a rádios de Paris que "é sumamente positiva" a proposta apresentada pelo governo de Bogotá, que ela entende como um "gesto" que permitiria a libertação de guerrilheiros "presos ou condenados por crimes contra a humanidade".

"Creio que temos algo positivo, que está evoluindo e que hoje em dia podemos ver as coisas com uma grande esperança", disse Astrid, pedindo ao governo que trate do tema com "muita discrição" e evite "declarações imprudentes" que "possam ser um entrave" à libertação de sua irmã.

O governo fez a proposta na noite desta quinta-feira (27), através do alto comissário para a Paz na Colômbia, Luis Carlos Restrepo, que leu um decreto que abre a possibilidade de libertar guerrilheiros presos assim que as Farc entreguem Ingrid. O governo fez o anúncio horas depois de o defensor público, Vólmar Pérez, declarar que a ex-candidata à presidência foi atendida em um centro de saúde da região selvática do sul do país devido a problemas de saúde, já que sofre de hepatite e leishmaniose.

Fabrice Delloye, ex-marido de Betancourt, concordou com Astrid que a proposta é "algo positivo", mas pediu ao governo do presidente Alvaro Uribe que "seja mais concreto", de maneia que as Farc sintam que foram convidadas a dialogar. "Não é só com palavras que Ingrid vai sair, é necessário abrir um diálogo entre as Farc e o governo colombiano", disse Delloye.

Clara Rojas, que foi companheira de chapa de Ingrid, libertada em 10 de janeiro pela guerrilha, também pediu às Farc que "recebam" a proposta do governo "de maneira imediata". Sugeriu ainda que se for mais "cômodo" para a guerrilha realizem libertação de Ingrid através do presidente venezuelano, Hugo Chávez, como ocorreu em seu caso e no de Consuelo González de Perdomo, em 10 de janeiro, e depois no dos outros quatro reféns, libertados em 27 de fevereiro.

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