Para embaixador uruguaio, renúncia de Fidel não foi surpresa

Montevidéu – O embaixador uruguaio em Cuba, Jorge Mazzarovich, afirmou que seu país recebeu normalmente e de certa forma "sem surpresas" a renúncia de Fidel Castro à presidência que exerceu por quase meio século.

"Vejo com normalidade, as pessoas mudam de idéia enquanto esperam um ônibus, nas ruas (…)", afirmou o diplomata entrevistado pela rádio Clave.

Mazzarovich considerou que a decisão de alguma forma já era esperada pelos cubanos em ocasião do processo eleitoral e após Fidel ter delegado o poder ao seu irmão, Raúl, em julho de 2006, cujo mandato termina neste domingo quando o Parlamento definirá sua nova cúpula de governo.

"Não devo e nem posso adiantar-me ao que a Assembléia Nacional do Poder de Cuba resolverá este domingo. Esta situação de questionamentos será mantida até que a Assembléia se reúna e decida", acrescentou o embaixador, que se declarou relutante em considerar a decisão de Fidel, de 81 anos, como uma "renúncia".

"Eu não acredito que se possa dizer renúncia, mas sim que ele não aceitará outro período como presidente do Conselho do Estado", opinou Mazzarovich, um veterano militante de esquerda preso por vários anos durante a ditadura uruguaia (1973-85).

Consultado sobre o futuro diplomático considerou que as direções serão traçadas de acordo com a vontade "do povo de Cuba", completou.

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