A China manifestou as mesmas preocupações citadas pela Rússia com relação ao plano dos Estados Unidos de instalar um sistema de defesa antimísseis no leste da Europa, ao afirmar que a iniciativa poderia provocar uma nova corrida armamentista. A Casa Branca deseja instalar um sistema de radares na República Checa e um interceptor de mísseis na Polônia, dois países que pertenciam à esfera de influência soviética durante a Guerra Fria.
Para a porta-voz do Ministério das Relações Exteriores da China, Jiang Yu, o plano americano "alimenta grande preocupação e atenção". "A China acredita que o impacto de um sistema antimíssil de defesa estratégica não contribui para a confiança mútua das principais nações nem para a segurança regional", comentou. Ainda segundo ela, a iniciativa americana "também pode trazer um problema de proliferação (de armas)".
No último fim de semana, o presidente russo, Vladimir Putin, disse que Moscou poderá tomar "medidas retaliatórias", inclusive apontar armas nucleares para bases militares norte-americanas na Europa, se o escudo antimíssil for implementado no leste europeu. Já os Estados Unidos argumentam que o sistema teria como objetivo proteger os aliados da Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan) contra um eventual ataque iraniano ou norte-coreano, e não russo.