Para Amorim, reunião de Doha será briga de foice

O governo dá um recado claro aos setor agrícola: a atual Rodada Doha da Organização Mundial do Comércio (OMC) não trará todos os benefícios que os exportadores pedem e, para ampliar o acesso a mercados, o País terá de voltar a negociar acordos bilaterais. Nesta terça na cidade alemã de Potsdam, os ministros do Brasil, Índia, Estados Unidos e Europa (G-4) começam cinco dias de reuniões. Os quatro principais atores da OMC se reúnem com a tarefa de aproximar as posições na abertura dos mercados agrícolas, de produtos industriais e serviços. Apesar de os temas serem os mesmos há seis anos, o chanceler brasileiro, Celso Amorim, não esconde que a reunião será uma "briga de foice".

"Temos de ter uma mistura de ambição e realismo", afirmou, em um recado aos setores que pressionam por maiores cortes de tarifas nos países ricos. O G-4 precisa fechar um entendimento para permitir que as negociações entre os 150 membros da OMC possam ser concluídas até o final do ano.

O primeiro-ministro britânico, Tony Blair, acredita que falta pouco para que a OMC tenha seu acordo e que a diferença estaria em alguns bilhões de dólares. Os americanos querem limitar seus subsídios para a agricultura em US$ 22,5 bilhões. Já os europeus teriam de reduzir suas tarifas para a importação de alimentos em mais de 50%.

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