Países Europeus e Hamas discutem crise no Oriente Médio

"Funcionários de alto escalão" de quatro países europeus se reuniram com membros do Hamas e representantes do dirigente do grupo, Ismail Haniyeh, informou o conselheiro do ex-premier, Ahmed Yousef, em declarações ao jornal árabe al-Sharq al-Awsat, editado em Londres.

Segundo Yousef, "nos últimos tempos e a pedido de tais países, membros do Hamas e o governo do ex-premier Ismail Haniyeh se reuniram com funcionários de alto escalão da França, Noruega, Suíça e Itália".

Segundo o conselheiro de Haniyeh, os interlocutores reportaram impressões "muito positivas" sobre as conversações.

Os colóquios, acrescentou Yousef, foram sobre "toda a temática" da crise no Oriente Médio, com os europeus interessados em conhecer as posições do movimento extremista islâmico, na perspectiva de uma "solução definitiva" do conflito israelense-palestino.

Nas reuniões, sempre segundo a mesma fonte, "o Hamas pediu que as conversas sejam públicas e não secretas", porém um representante do Hamas se disse pessimista sobre essa possibilidade e sobre a perspectiva de que o partido seja tirado da lista de organizações terroristas.

Segundo Yousef, os representantes europeus enfatizaram que "nesta fase não podem ir contra a política norte-americana" e que apenas poderia haver eventuais mudanças de posição após o fim do mandato do presidente George W. Bush.

Ao mesmo tempo o conselheiro falou de uma iniciativa da França para a solução do conflito entre israelenses e palestinos, que supostamente seria lançada pelo presidente Nicolas Sarkozy na viagem que realizará em junho à região.

A iniciativa de Paris, segundo Yousef, prevê entre outras coisas uma referência sobre "a eleição democrática do povo palestino" e a "necessidade de interatuar com o Hamas", como vencedor das últimas eleições.

Sobre os últimos acontecimentos na mediação egípcia para uma trégua em Gaza, Yousef enfatizou que "se Israel não aceita a proposta egípcia, o Hamas não terá outra opção a não ser se defender, a remover o cerco da Faixa de Gaza".

"Haverá então mais violência. Mas, que escolha temos? Mais que a trégua não temos outra coisa a oferecer a Israel", concluiu.

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