Países árabes devem reconhecer oposição Síria

Países árabes estão próximos de reconhecer o principal grupo representante da oposição síria, o Conselho Nacional Sírio (CNS), segundo o membro do CNS Ahmed Ramadan. “Temos confirmações de um reconhecimento árabe (do CNS) que acontecerá em breve, embora não necessariamente no domingo”, quando a Liga Árabe realiza uma reunião ministerial no Cairo para tratar da crise na Síria, disse Ramadan.

“Mas haverá fortes sinais no domingo, principalmente dos países do Conselho de Cooperação do Golfo (CCG)”, cujos ministros de Relações Exteriores se reunirão no Cairo antes do encontro da Liga Árabe. Na sexta-feira, Imad Hussari, um porta-voz do CNS, disse que vários países do Golfo deveriam reconhecer oficialmente o grupo. Outro membro do CNS, Khaled Khoja, confirmou que espera o reconhecimento de “vários países árabes nos próximos dias”. Atualmente, apenas o governo interino da Líbia reconhece o CNS.

Desde que chegaram ao Catar, na quinta-feira, membros do comitê executivo do CNS já realizaram uma série de reuniões. O Catar é um membro-chave do CCG, que também inclui o Bahrein, o Kuwait, Omã, a Arábia Saudita e os Emirados Árabes Unidos. O Catar tem liderado os esforços para a imposição de sanções contra o regime sírio, que tem reprimido violentamente os protestos contra o governo no país. Segundo ativistas, mais de 6 mil pessoas foram mortas desde março do ano passado. Na segunda-feira, os países do CCG decidiram expulsar embaixadores sírios de suas respectivas capitais e anunciaram que estão estudando outras medidas.

Hoje, quatro membros do CNS viajaram para o Cairo para discutir com o chefe da Liga Árabe, Nabil al-Arabia, uma proposta da França para a criação de um grupo de “Amigos da Síria”, disse Ramadan. O presidente francês, Nicolas Sarkozy, propôs a criação do grupo depois que a Rússia e a China vetaram na semana passada uma resolução preliminar do Conselho de Segurança da ONU que condenava a repressão violenta pelas forças do presidente sírio, Bashar al-Assad. O rei Abdullah, da Arábia Saudita, disse ontem que a confiança do mundo na Organização das Nações Unidas foi abalada pelo fato de o Conselho de Segurança não ter adotado a resolução. As informações são da Dow Jones.