O Conselho Nacional Sírio, principal organização de oposição do país árabe, pediu que o governo do Iraque ajude o embaixador sírio no país, Nauaf al Fares, a sair do país, após a possível deserção hoje.
O dirigente do grupo rebelde, Ahmed Ramadan, disse que o governo do Iraque oculta o caso, que poderia ser o primeiro de um diplomata desde o início do conflito, em março de 2011. `Pedimos ao governo iraquiano que o proteja e garanta a saída do país. O CNS está disposto a dar ajuda para que possa morar fora do Iraque`.
O caso de deserção foi revelado pela emissora de televisão Al Sumeria, que citou uma fonte anônima de alto escalão do governo iraquiano. Segundo o canal, Fares desertou e deu apoio à oposição síria. O representante diplomático é da província de Deir al Zur, um dos principais focos de rebelião contra Bashar al Assad.
Veterano do governo de Assad que ocupou cargos importantes na época do já morto ditador Hafez al Assad, Fares é de Deir al Zor, cidade no leste do país que tem sido palco de ataques militares ferozes promovidos pelas forças de Assad. `Isso é apenas o início de uma série de deserções no nível diplomático. Estamos em contato com diversos embaixadores`, disse Mohamed Sermini, integrante do principal grupo de oposição, o Conselho Nacional Sírio.
A deserção de Fares, que é sunita, pode representar um golpe importante para Assad, que deseja convencer o mundo de que conduz uma defesa legítima de seu país contra grupos armados apoiados por estrangeiros que querem derrubar o governo.
A decisão de Fares de desertar segue-se à saída do país na semana passada do general sunita Manaf Tlas, que já foi bastante amigo de Assad, cuja seita alauíta, minoritária, depende de aliados sunitas para manter o controle sobre a população síria, de maioria sunita.