Obama endurece discurso para enfrentar Hillary na Pensilvânia

A um dia das primárias do Estado da Pensilvânia, o senador Barack Obama endureceu sua estratégia para enfrentar os últimos ataques da ex-primeira-dama Hillary Clinton numa batalha por eleitores indecisos e delegados que podem determinar a nomeação do Partido Democrata. Através de anúncios de campanha na televisão e discursos, o senador por Illinois substituiu as mensagens brandas, com uma fala mais dura e objetiva.

Em comerciais de TV e em seus comícios lotados, Obama ataca a rival com uma das abordagens mais negativas em mais de um ano de campanha. "Se vamos realmente solucionar grandes problemas, não podemos ser um pouco melhor. Necessitamos de algo fundamentalmente diferente", disse o senador. Hillary respondeu, sugerindo que a mensagem do pré-candidato segue uma política antiga, inadequada, e pediu que o eleitorado analise profundamente o concorrente.

A campanha de Obama lançou nos últimos dias dois comerciais contendo ataques à rival. Um deles faz críticas ao programa de saúde da senadora, e outro, afirma que a campanha de Hillary tem recebido dinheiro de lobistas. A militância de Hillary contra-atacou dizendo que "ele não soube responder às duras perguntas do debate, então Barack Obama vem fazendo falsas acusações sobre o programa de saúde de Hillary".

O comercial fez menção a um recente debate televisivo entre os dois pré-candidatos e exibido pela rede ABC no qual Barack Obama teve de responder a indagações sobre sua suposta ligação com um ex-integrante de um grupo radical da década de 1960 e pelo tom de declarações feitas por seu ex-pastor, Jeremiah Wright.

Ainda que Obama tenha vantagem no número de vitórias em prévias e em delegados, é no Estado da Pensilvânia que Hillary conta com o maior apoio, segundo as pesquisas. Em um recente comício, Obama acusou a rival de utilizar uma "tática de terra arrasada". Hillary, por sua vez, disse que Obama "está jogando tudo o que pode contra mim, para ver o que cola".

A luta pela nomeação já se tornou uma das mais complicadas dentro do Partido Democrata. As duas campanhas arrecadam milhões e empregam centenas de pessoas, voluntários e troca de estratégia a cada Estado que passa. As doações milionárias de Obama garantem uma vantagem maior, que inclui pesquisas demográficas para encontrar apoiadores em cidades menores, particularmente as que vivem um maior número de negros. Sua equipe, porém, ainda usa recursos antigos, como a visita porta-a-porta e o aluguel de carros de som para passear por vizinhanças.

Os pré-candidatos focam as prévias de duas formas diferentes: em relação ao voto popular e ao número de delegados. Hillary precisa desesperadamente vencer a disputa para permanecer na corrida pela nomeação, enquanto Obama pretende ampliar o número de delegados que possui para consolidar sua liderança, embora ele ainda queria mostrar que pode conseguir o apoio de brancos e trabalhadores de classe média que são atraídos pela candidatura de Hillary.

Os esforços de Barack Obama para conseguir o apoio do eleitorado branco nas prévias da Pensilvânia foram prejudicados por seus comentários sobre a amargura dos moradores das pequenas cidades e por sua ligação com um pastor polêmico.

Habitantes do local acusaram o pré-candidato de ser arrogante, antipatriótico e anticristão depois de suas declarações sobre os moradores das pequenas cidades da Pensilvânia e de outros Estados estarem amargurados devido à perda de empregos.

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