?Nuvem escura? gigantesca ameaça o planeta

A gigantesca “nuvem escura” de fumaça e poluição que cobre grandes extensões da Ásia pode se estender para outras regiões do planeta e causar graves danos, advertiu o professor Pieter Tans, especialista do National Oceanic and Atmospheric Administration, de Boulder (Texas, Estados Unidos).

Tans explicou que a nuvem, gerada pela combustão de matas na Índia e China, de 3 mil metros de espessura e extensão de 16 milhões de quilômetros quadrados, apesar de não provocar efeitos diretos sobre outros continentes, altera o sistema climático mundial interconectado.

O especialista americano esteve em um seminário sobre as emergências planetárias em Erice, na Sicília, e afirmou, sobre esse fenômeno, que “até hoje os efeitos foram locais, em torno ao Oceano Índico, mas pode se expandir”.

A massa aérea, descoberta há sete anos, nos últimos meses atingiu dimensões que preocupam a comunidade científica internacional.

Uma nuvem limpa, como as que geralmente ocorrem em áreas não poluídas, atua como filtro dos raios solares, refrescando a superfície terrestre, explicou o cientista. Ele disse que quando, ao contrário, a nuvem contém o chamado smog, ela absorve energia solar, armazenado-a e liberando-a sucessivamente.

“Isso causa um aquecimento da baixa troposfera”, indicou Tans. Ele acrescentou que quando são muitas as nuvens sujas de smog, ou a nuvem é gigantesca, como a asiática, as influências sobre o sistema climático global são inevitáveis.

Entre as substâncias que mais influenciam o clima, Tans citou o anidrido carbônico (CO2), porque “sua permanência na atmosfera dura várias centenas de anos e os efeitos podem ser sentidos a uma distância de até 2 mil anos”.

No entanto, segundo o professor Jan Veizer, do Geology Mineralogy and Geophysics Institute, da Ruhr University (Alemanha), “não se deve dar toda a atenção para o anidrido carbônico”, pois “ainda não está claro em que medida ele incide no aumento do efeito estufa”.

O cientista lembrou que o efeito estufa é provocado por diversos fatores, como o Sol e as flutuações dos raios cósmicos. O que ninguém ainda conseguiu determinar é em que medida o homem contribui para tal fenômeno.

Lowell Wood, do Lawrence Livermore National Laboratory (Estados Unidos), afirma que “pelo menos durante os próximos 30 anos não será possível determinar o verdadeiro papel do homem sobre o efeito estufa”.

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