Na Itália, político propõe que escolas discutam filme sobre a máfia

O secretário regional do partido Itália dos Valores na região da Campania, Nello Formisano, propôs que o filme "Gomorra" seja exibido nas escolas italianas como "instrumento de luta contra a máfia".

O filme "Gomorra" (2008), dirigido por Matteo Garrone, é uma adaptação ao cinema do livro de Roberto Saviano que retrata o funcionamento da máfia napolitana Camorra. Elogiado pela crítica, a produção recebeu o "Grande Prêmio" no Festival de Cannes deste ano.

"Todos nós aplaudimos, de modo convicto, pelo significado profundo do livro de Roberto Saviano e do filme de Matteo Garrone, justamente premiado no Festival de Cannes", afirma uma nota assinada por Formisano. "Agora livro e filme podem e devem ser utilizados dignamente, podem e devem ser instrumentos na luta contra a Camorra, se tornar posterior ferramenta de leitura para os mais jovens".

"O contexto melhor é aquele das escolas", explica. "Ali, de fato, por meio da exibição do filme e da leitura do livro, poderia se abrir um confronto com os estudantes, para entender de verdade a realidade que os circunda e para encontrar instrumentos com os quais alterá-la".

"A política e as instituições devem dar o exemplo, mas devemos pedir aos jovens que façam uma escolha limpa, para percorrer o caminho da legalidade, por eles mesmos, por seu futuro e pelo futuro da Itália", conclui a nota, em referência à sedução que a máfia exerce nos jovens italianos, desiludidos com o sistema político.

O partido Itália dos Valores é dirigido pelo juíz Antonio Di Pietro, magistrado que ficou conhecido como um dos protagonistas da operação "Mãos Limpas", uma investigação movida na década de 1990 contra a corrupção nos altos círculos de poder italianos.

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