Morre aos 78 anos o Nobel de literatura Harold Pinter

O dramaturgo britânico vencedor do Prêmio Nobel de Literatura em 2005, Harold Pinter, morreu na quarta-feira (24) aos 78 anos de câncer, de acordo com sua esposa, Lady Antonia Fraser. Pinter, considerado o mais influente dramaturgo britânico de sua geração, escreveu 32 peças; uma novela, “The Dwarfs”, em 1990; e 22 roteiros, entre eles o do filme “The Quiller Memorandum”, de 1965.

O escritor trabalhava com a justaposição da brutalidade e do banal. Suas personagens geralmente vivem a contradição entre os medos, a culpa, as lembranças e impulsos sexuais que possuem e as vidas organizadas que construíram para tentar sobreviver. Na década de 1980, o trabalho de Pinter ganhou um viés mais político; ele disse que tinha a responsabilidade de perseguir o papel de “cidadão do mundo em que vivia, e insistia em assumir essa responsabilidade”.

Em março de 2005, Pinter se aposentou como escritor de peças para concentrar-se em política. “Eu escrevi 29 peças e acredito que isto seja suficiente”, afirmou. “Acho que o mundo já está satisfeito das minhas peças”. O Prêmio Nobel proporcionou a Pinter reconhecimento em escala mundial, que ele utilizou para criticar o presidente dos Estados Unidos, George W. Bush, e o então primeiro-ministro britânico, Tony Blair, em relação à invasão do Iraque, que ele classificava como um ato de “banditismo”.

Ele admitiu – e lamentou – ter votado em Margaret Thatcher em 1979 e em Tony Blair em 1997. O escritor tinha um filho, Daniel, com a atriz Vivien Merchant, sua primeira esposa e de quem se divorciou em 1980. Naquele ano, ele se casou com Fraser.

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