O presidente Luiz Inácio Lula da Silva acaba de embarcar para a Alemanha, depois de três dias de visita de Estado à Índia. Lá, novamente ao lado da Índia, o Brasil participa como convidado da reunião anual do G8 ? o grupo dos sete países mais ricos do mundo mais a Rússia.
O encontro terá como tema central o aquecimento global e o presidente Lula deve, mais uma vez, defender o uso dos biocombustíveis como solução para a reduzir a emissão de gases causadores do efeito estufa. O Brasil também deve pedir empenho para as negociações na Organização Mundial do Comércio.
Esta manhã, antes de partir para a Alemanha, Lula teve diversas atividades em Nova Delhi. Ainda no hotel onde estava hospedado, recebeu presidentes de duas grandes empresas indianas, a Vijay Eletricals e a Paramount Airways. Ambas têm negócios com o Brasil.
Segundo o presidente, a Vijay está montando uma fábrica de transformadores na Paraíba, para fornecimento ao Programa Luz Para Todos. O dirigente da Paramount, M Thiagarajan, irá em julho ao Brasil para fechar a compra de 40 aviões da Embraer.
O presidente revelou que também conversou com um representante de laboratório farmacêutico que quer participar, com o Brasil, da produção de genéricos. A reunião não estava prevista na agenda oficial e Lula não confirmou o nome da empresa.
Lula teve audiência com Sônia Gandhi, presidente do Partido do Congresso e da United Progressive Alliance, coligação que elegeu o primeiro-ministro Manmohan Singh. O presidente convidou a líder indiana a ir ao Brasil participar do Congresso Nacional do PT, em agosto. Sônia Gandhi aceitou o convite, mas não confirmou a data.
Depois das audiências, o presidente visitou a casa onde Mahatma Gandhi viveu seus últimos dias e foi assassinado, em 1948. Lá ele foi recebido pela neta do líder político e espiritual indiano, Tara Gandhi Bhattacharjee.
Lula comentou sobre o filme a respeito da vida de Gandhi e, emocionado, deixou uma mensagem no livro de visitantes: "A liberdade é a maior conquista da humanidade. Ninguém representou, mais do que Gandhi, a luta pela liberdade. Ele foi capaz de lutar sem violência e com muito amor".
Ao final da visita, no momento da despedida, Tata Gandhi disse a Lula que é preciso lutar pela verdade, pelo amor e pelo melhor pelo Brasil. "Se eu tivesse mais tempo de vida, adoraria conhecer o Brasil". Tata Gandhi tem 73 anos.